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Cientista político defende prisão de Bolsonaro após reunião com embaixadores

Em suas redes sociais o antropólogo e cientista político Luiz Eduardo Soares defende mobilização social em reação a reunião de presidente Bolsonaro com embaixadores que ele chamou de “anuncio de golpe ao mundo”.

Nesta reunião Bolsonaro voltou a atacar as urnas sem provas, atacou ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e fez declarações no sentido de não aceitar o resultado das eleições desse ano.

Confira o texto na integra:

“O golpe foi anunciado, hoje, oficialmente, e para o mundo. A situação nunca foi tão grave. Nos EUA, Trump anunciou, antecipadamente, que não aceitaria o resultado das eleições (se perdesse). Bolsonaro acaba de declarar que, se a legislação eleitoral em vigor for mantida, não haverá eleições. Falou na primeira pessoa do plural, se referindo às Forças Armadas. Essa declaração de guerra ao TSE e à Lei, à Constituição, ocorreu dentro do Palácio, com transmissão oficial ao vivo, diante dos Embaixadores convocados. Até agora, os presidentes da Câmara, do Senado, do Supremo e do TSE, além do PGR, permanecem calados.

Se as instituições estivessem funcionando, Bolsonaro teria de ser deposto e preso. Isso não vai acontecer, o que demonstra que nós já não vivemos sob o Estado democrático de direito. Se a sociedade estivesse mobilizada e plenamente consciente do que está acontecendo, amanhã haveria greve geral e milhões de pessoas tomariam as ruas de todo o país. Não é o caso, desafortunadamente.

Então, só nos resta mobilizar o que for possível, reunir a oposição e as organizações da sociedade civil. Todas elas. As universidades têm de parar. Quem puder parar, tem de parar. Agora. Nem mais um passo atrás ou o triunfo do golpe, já iminente, será certo e irreversível.”

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João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa