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Dom Paulo Evaristo Arns O.F.M O Cardeal dos Direitos Humanos

Hoje Dom Paulo Evaristo Arns O.F.M, completaria mais um ano de vida, nascido em Forquilhinha, 14 de setembro de 1921. Foi adepto da Teologia da Libertação, foi o quinto arcebispo de São Paulo, tendo sido o terceiro prelado dessa Arquidiocese a receber o título de cardeal. Era arcebispo-emérito de São Paulo.

Conhecido como o Cardeal dos Direitos Humanos fundador e líder da Comissão Justiça e Paz de São Paulo, e sua atividade política era claramente vinculada à sua fé. Seu ministério foi em favor dos empobrecidos, com uma pastoral ativa pelos trabalhadores e as pessoas da periferia, Dom Paulo dizia: “Jesus não foi indiferente nem estranho ao problema da dignidade e dos direitos da pessoa humana, nem às necessidades dos mais fracos, dos mais necessitados e das vítimas da injustiça. Em todos os momentos Ele revelou uma solidariedade real com os mais pobres e miseráveis (Mt 11, 28-30[4]); lutou contra a injustiça, a hipocrisia, os abusos do poder, a avidez de ganho dos ricos, indiferentes aos sofrimentos dos pobres, apelando fortemente para a prestação de contas final, quando voltará na glória para julgar os vivos e os mortos.”

Na década de 1970 se notabilizou por lutar contra a ditadura militar, pedindo o fim das perseguições e das torturas. Entre 1979 e 1985, coordenou com o Pastor presbiteriano Jaime Wright, de forma clandestina, o projeto Brasil: Nunca Mais. Este projeto tinha como objetivo evitar o possível desaparecimento de documentos durante o processo de redemocratização do país. O trabalho foi realizado em sigilo e o resultado foi a cópia de mais de um milhão de páginas de processos do Superior Tribunal Militar (STM). Contudo, este material foi microfilmado e remetido ao exterior diante do temor de uma apreensão do material. Em ato público realizado dia 14 de junho de 2011, foi anunciada a futura repatriação, digitalização e disponibilização para todos os brasileiros deste acervo. O livro homônimo Brasil: Nunca Mais reuniu esta pesquisa sobre a tortura no Brasil no período da ditadura militar e foi publicado pela Editora Vozes. Evaristo Arns também foi um dos organizadores do movimento Tortura Nunca Mais.

Dom Evaristo Arns morreu aos 95 anos, no dia 14 de dezembro de 2016, em consequência de uma broncopneumonia. Estava internado havia cerca de quinze dias no Hospital Santa Catarina, em São Paulo, para tratar de problemas pulmonares. O governo do Brasil decretou luto oficial de três dias, em sinal de pesar pelo falecimento do religioso.

Papa Francisco em decorrência do falecimento de Dom Paulo disse: “Dou graças ao Senhor por ter dado à Igreja tão generoso pastor e elevo fervorosas preces para que Deus acolha na sua felicidade eterna este seu servo bom e fiel, enquanto envio a essa comunidade arquidiocesana que chora a perda do seu amado pastor e à Igreja do Brasil, que nele teve um seguro ponto de referência, e a quantos partilham esta hora de tristeza que anuncia a ressurreição, uma confortadora bênção apostólica”.

Depois da solenidade das honras fúnebres, presidida pelo Cardeal Dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, o corpo de Dom Paulo foi sepultado no fim da tarde de 16 de dezembro na cripta da Catedral da Sé.

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João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa