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No dia 27 de junho nascia Vladimir Herzog

Vladimir Herzog nasceu dia 27 de junho de 1937 na cidade de Osijsk, da então Iugoslávia. Fugido do Nazismo, imigrou com os pais para o Brasil em 1942.

Jornalista, professor da Universidade de São Paulo (USP) e teatrólogo, Vlado foi criado em São Paulo, onde se naturalizou brasileiro. Em 1959 se tornou jornalista do jornal O Estada de São Paulo e passou a assinar como Vladimir, por achar que seu nome soava exótico.

No início da década de 60, casou-se com Clarice. Com o golpe militar de 1964, o casal resolveu passar uma temporada na Inglaterra e Vladimir conseguiu um trabalho na BBC de Londres. A família volta ao Brasil em 1968, alguns anos depois escolhido pelo então Secretar5io da Cultura de São Paulo, José Mindlin, passou a dirigir o jornalismo da TV Cultura.

Na noite do dia 24 de outubro, no mesmo ano em que passou a ser diretor do jornal, Vladimir Herzog se apresentou na sede do Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), em São Paulo, para prestar esclarecimentos sobre suas ligações com o Partido Comunista Brasileiro (PCB). No dia seguinte apareceu morto na sua cela, enforcado com cinto do macacão de presidiário, informação sustentada pelos agentes da ditadura.

Porém, de acordo com os testemunhos de Jorge Benigno Jathay Duque Estrada e Rodolfo Konder, jornalistas presos na mesma época no DOI-Codi, Vladimir foi assassinado sob torturas.

O rabino que recebeu o corpo de Herzog para prepara-lo para o Shevra Kadish (comitê funerário judaico) percebeu que havia marcas de tortura no corpo do jornalista, uma evidência de que o suicídio havia sido forjado.

Em 1978, o legista Harry Shibata confirmou ter assinado o laudo necroscópico da vítima, na qualidade de segundo perito, sem examinar ou sequer ver o corpo. Além disso, naquele ano a Justiça responsabilizou a União por prisão ilegal, tortura e morte do jornalista.

Em 1996, a Comissão Especial dos Desaparecidos Políticos reconheceu que Vladimir foi assassinado e decidiu conceder uma indenização para sua família.

A morte de Herzog foi um marco na ditadura militar (1964 – 1985). O triste episódio paralisou as redações de todos os jornais, rádios, televisões e revistas de São Paulo.

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João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa