Duque de CaxiasRio de Janeiro

Terreiro da Gomeia é tombado como patrimônio histórico e cultural

O Terreiro da Gomeia, localizado no município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, foi tombado pela Lei 9.251/21, sancionada pelo governador em exercício e publicada nesta sexta-feira dia 23 de abril no Diário Oficial do Estado.

A proposta de tombamento foi apresentada na Alerj pelos deputados André Ceciliano, Waldeck Carneiro e Mônica Francisco. Tinha como objetivo valorizar as práticas religiosas de matriz africana e conservar o espaço como patrimônio histórico e cultural do Estado do Rio. Criado na década de 50, o terreiro é parte importante da cultura de matriz africana no estado do Rio de Janeiro.

Joãozinho da Gomeia

O baiano João Alves Torres Filho foi um dos pioneiros do candomblé na região Sudeste do país e um dos mais importantes pais de santo do país nos anos 1950 e 1960. Segundo relatos, o chamado Tata Londirá, teria recebido em Duque de Caxias a visita dos presidentes Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek.

Terreiro da Gomeia
Terreiro da Gomeia em Duque de Caxias

Em 2021 completou 50 anos da morte de Joãozinho da Gomeia e, após sua morte, um conflito por sua herança espiritual encerrou as atividades no terreno na década de 1980, que hoje está abandonado.

Prefeitura queria transformar local do terreio em creche

Em 2020, a Prefeitura de Duque de Caxias chegou a anunciar a construção de uma creche em local que é considerado lugar sagrado para o candomblé na região. A medida gerou protestos de diversas entidades e movimentos sociais.

A decisão da prefeitura contraria o processo de tombamento do terreno movido pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), que está em fase de finalização. De acordo com arqueólogos da instituição, apesar de o terreno estar abandonado, coberto de lama e sujeira, embaixo da terra se esconde um patrimônio histórico e religioso que precisa ser preservado. Ainda segundo o Inepac, o único documento pendente do processo é o estudo arquitetônico, que está paralisado por causa da pandemia.

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Emanoelle Cavalcanti

Acadêmica de psicologia, voluntária na Ong Médicos do Mundo