Rio de Janeiro

Diversas Organizações Sociais participam de nova etapa do Plano Integrado de Saúde nas Favelas do Rio de Janeiro

Na última sexta-feira, a FioCruz foi palco de mais um importante encontro do projeto “146x Favela, parcerias em defesa da vida”, que integra o Plano de Saúde nas Favelas do Rio de Janeiro. A iniciativa reuniu diversas Organizações da Sociedade Civil (OSCs), entre elas a ComCausa, com o objetivo de fortalecer a rede de atendimento à saúde nas comunidades cariocas.

Durante o encontro, as OSCs presentes tiveram a oportunidade de apresentar suas histórias e projetos, com ênfase na promoção da saúde nas favelas. A proposta central é a criação de uma rede de atendimento preferencial voltada para os moradores dessas áreas, visando atender de forma mais eficaz e inclusiva as necessidades de saúde da população.

Na parte da tarde, a programação contou com a participação de importantes figuras públicas, como o presidente da FioCruz, Mario Moreira, a deputada estadual Renata Souza, e professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Eles discutiram o “Plano Integrado nas Favelas” e sua relevância para a melhoria das condições de vida nas comunidades.

Plano Integrado de Saúde nas Favelas do Rio de Janeiro Impacta 385 mil Pessoas

O Plano Integrado de Saúde nas Favelas do Rio de Janeiro, fruto de uma parceria entre Fiocruz, UFRJ, Uerj, PUC-Rio, Abrasco, SBPC e Alerj, já beneficiou diretamente e indiretamente cerca de 385 mil indivíduos em favelas de 18 cidades. A iniciativa oferece apoio nas áreas de segurança alimentar, saúde mental, comunicação em saúde, educação popular em saúde e geração de renda.

Desde 2021, os projetos têm se concentrado no combate à fome e na promoção do direito à alimentação adequada, com a distribuição de 525 toneladas de alimentos para famílias em situação de pobreza ou extrema pobreza. Nesse período, o Plano contribuiu para a operação de sete cozinhas comunitárias, que juntas forneceram aproximadamente 100 mil refeições.

Em destaque estão as iniciativas voltadas para a saúde mental, um tema considerado crítico por lideranças comunitárias, sobretudo em decorrência dos impactos da pandemia. Na área de comunicação popular em saúde, 45% das ações se dedicam à produção de conteúdos sobre prevenção, vacinação e combate à desinformação. Um exemplo desse trabalho é o projeto Jovens Comunicadores, da organização Bem TV, que atua nas favelas de Niterói e São Gonçalo, e foi laureado com o Prêmio Nacional de Tecnologia Social da Fundação Banco do Brasil em sua edição de 2024.

Com foco na educação integral, 40% dos projetos promovem atividades de reforço escolar e buscam reverter a evasão de alunos. Os cursos oferecidos também têm contribuído para a capacitação de agentes populares de saúde nas favelas. Além disso, as organizações apoiadas elaboraram um conjunto abrangente de diagnósticos sobre as condições de saúde nas comunidades.

Atualmente, aproximadamente 10 mil crianças, adolescentes e jovens de favelas estão engajados nas atividades do Plano. Os dados indicam que cerca de 75% do público beneficiado diretamente nas diversas ações é composto por mulheres, a maioria delas negras.

Editoria Virtuo Comunicação

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João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa