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Documentário sobre o desaparecimento de Priscila Belfort estreia em setembro

A Disney+ lançará em setembro o documentário “Volta, Priscila”, que aborda o misterioso desaparecimento de Priscila Belfort, irmã do lutador Vitor Belfort lutador de MMA, e filha de Jovita Belford, em 9 de janeiro de 2004. Aos 29 anos, Priscila trabalhava na Secretaria Municipal de Esportes e Lazer do Rio de Janeiro e foi vista pela última vez ao sair para o almoço. Desde então, seu paradeiro permanece um enigma. A produção, dirigida por Eduardo Rajabally, promete revisitar o caso e apresentar novas perspectivas, além de explorar as dores e a luta da família Belfort em busca de respostas.

O documentário foi produzido com base em gravações de vídeo feitas pela própria família, que, segundo Jovita Belfor, mãe de Priscila, sempre teve o costume de registrar momentos importantes. Esse material inédito permitiu aos diretores construir uma imagem íntima e emocional de Priscila para o público, trazendo uma visão mais pessoal e próxima da jovem que desapareceu sem deixar rastros.

Além de narrar os detalhes do desaparecimento, a série documental também aborda o impacto que o caso teve nas investigações de pessoas desaparecidas no Brasil. Priscila Belfort desapareceu em uma época em que os sequestros eram frequentes na região central do Rio, e, inicialmente, a polícia tratou o caso como um possível sequestro, apesar da ausência de pedido de resgate. Em 2007, Elaine Paiva, integrante de uma quadrilha, confessou o assassinato de Priscila, alegando que ela foi morta devido a uma suposta dívida de R$ 9.000,00. Porém, o local indicado para o enterro do corpo nunca revelou evidências concretas, e a hipótese de homicídio não foi completamente confirmada.

O documentário também destaca como o caso de Priscila foi um catalisador para mudanças nas políticas públicas sobre desaparecidos. Até 2012, famílias de desaparecidos tinham que lidar com delegacias de homicídios, um processo extremamente angustiante. O desaparecimento de Priscila e a pressão exercida pela família e outras entidades contribuíram para a criação de uma delegacia especializada em desaparecimentos no Rio de Janeiro, que facilitou o atendimento de familiares em busca de seus entes queridos.

Para Jovita Belfort, a luta pela memória de sua filha continua. Em depoimentos emocionantes, ela lembra o impacto devastador que o desaparecimento de Priscila teve sobre a família, especialmente sobre seu irmão Vitor Belfort. “O Vitor já era casado, com três filhos, e bem-sucedido. Mas ele tinha um buraco grande na vida dele, e eu entendo. Quando um filho desaparece, você só pensa naquele filho”, disse Jovita durante uma coletiva de imprensa.

Hoje, o foco de Jovita é preservar a memória de Priscila para que seus três netos possam conhecer a história da tia. A produção de “Volta, Priscila” oferece ao público uma oportunidade de conhecer mais sobre a vida de Priscila e relembrar um dos casos de desaparecimento mais marcantes do Brasil. Ao mesmo tempo, a série promete trazer novas emoções e questionamentos, enquanto mantém viva a esperança da família de que Priscila ainda possa ser encontrada. Caso estivesse viva, Priscila teria hoje 49 anos.

A estreia do documentário, está prevista para o dia 25 de setembro e promete sensibilizar o público com a história de uma jovem que desapareceu sem deixar vestígios e da luta de uma família que se recusa a desistir.

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Adriano Dias

Jornalista militante e fundador da #ComCausa