Na noite de terça-feira 08 de novembro e 2022, por volta das 18h falecia padre Luigi Constanzo Bruno, na Itália, onde estava internado. Amigos e parentes prestaram homenagens por sua vida doada.
Padre Bruno é de origem Italiana onde se ordenou. Nascido no dia 03 de abril de 1942, na cidade Fossano, na região de Piemonte, atendendo a um pedido da Igreja de lá veio para o Rio de Janeiro em 1969. Já na Arquidiocese do Rio atuou na Vila Aliança, na Zona Oeste da cidade, principalmente na luta pelos esquecidos, onde incentivou as mulheres de sua paróquia a se organizarem como empregadas domésticas, a lutarem pelas Leis hoje vigentes e a formarem o sindicato da categoria.
Ainda na Arquidiocese Pe. Bruno criou grupos de estudos bíblicos e de consciência política, o que irritou Dom Eugênio Sales, Arcebispo da época, sem espaço e com divergências pastorais se transferiu para a Diocese de Nova Iguaçu sendo acolhido por Dom Adriano.
Na Diocese de Nova Iguaçu atuou efetivamente em favor dos empobrecidos, adepto da Teogia da Libertação e contemporâneo de dom Adriano Hypólito, Pe. Bruno ajudou na reconstrução das comunidades eclesiais de base, na luta contra a ditadura militar e os grupos de extermínio. Incentivou a construção da Pastoral da
Na noite de terça-feira 08 de novembro, por volta das 18h nos deixou o padre Luigi Constanzo Bruno, na Itália, onde estava internado.
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Padre Bruno é de origem Italiana onde se ordenou. Nascido no dia 03 de abril de 1942, na cidade Fossano, na região de Piemonte, atendendo a um pedido da Igreja de lá veio para o Rio de Janeiro em 1969. Já na Arquidiocese do Rio atuou na Vila Aliança, na Zona Oeste da cidade, principalmente na luta pelos esquecidos, onde incentivou as mulheres de sua paróquia a se organizarem como empregadas domésticas, a lutarem pelas Leis hoje vigentes e a formarem o sindicato da categoria.
Ainda na Arquidiocese Pe. Bruno criou grupos de estudos bíblicos e de consciência política, o que irritou Dom Eugênio Sales, Arcebispo da época, sem espaço e com divergências pastorais se transferiu para a Diocese de Nova Iguaçu sendo acolhido por Dom Adriano.
Na Diocese de Nova Iguaçu atuou efetivamente em favor dos empobrecidos, adepto da Teologia da Libertação e contemporâneo de dom Adriano Hypólito, Pe. Bruno ajudou na reconstrução das comunidades eclesiais de base, na luta contra a ditadura militar e os grupos de extermínio. Incentivou a construção da Pastoral da Juventude, Pastoral Operária e as Pastorais Sociais, além da criação dos movimentos de associações de bairros (MAB), que se colocava fortemente contra os grupos de extermínio da Baixada dando ao povo dignidade e força de articulação pela luta dos seus direitos.
A vinda do Padre Bruno e outros religiosos para o Brasil foi fomentada pela nova postura da igreja a partir do Concilio Vaticano II. Quando ainda morava na Itália, o religioso relatou que as consequências da ditadura fascista de Mussolini, eram sentidas por boa parte dos italianos, pois os anos do regime fascista trouxeram mortes e pobreza para a Itália.
Quando o padre chega ao Lote XV, um local marcado pela violência, ele observou as consequências de uma ditadura vigente.
Já atuando em Lote XV, Belford Roxo, Padre Bruno vivências em 1988, a chacina que matou brutalmente três irmãs e seus pais no bairro Jardim Amapá, região da paróquia São Simão. No dia 3 de maio daquele ano, a família estava em casa quando os assassinos apareceram e realizaram o crime com requintes de extrema crueldade. A mãe, Maria das Neves, foi morta a tesouradas juntamente com o filho que ainda carregava no ventre. As irmãs Eliete, de 9 anos, Elionete, de 7, e Elizete, de 5, foram violentadas e sufocadas. Após ser obrigado a testemunhar tudo, o pai, Sebastião Vidal dos Santos, foi morto. Por fim, os criminosos mataram os passarinhos e as plantas. Não sobrou nenhuma vida.
Por ser na área da paróquia o religioso promoveu ações para que aquele local se tornasse o que hoje chamamos de comunidade dos mártires. Quando ele entrou no quarto onde o crime aconteceu, uma rosa saia do concreto, como se Deus dissesse que ali seria lugar de vida, e assim se tornou.
Outro momento marcante de atuação do clérigo, foi no episódio conhecido como Chacina da Baixada, onde homens armados mataram 29 inocentes a sangue frio. Conta Pe. Bruno que Dom Luciano ligou para ele e pediu que fosse ao local, chegando lá, o bispo estava abaixado em uma poça de sangue e rezando pelas vítimas.
Padre Bruno é e vai ser sempre lembrado pela sua luta e defesa dos empobrecidos, se dedicou as Pastorais sociais e da juventude. Um dia de luto em que todos da Baixada Fluminense lamentam a morte do religioso.
Abaixo temos um DebatePapo com o Padre Bruno na sede da ComCausa, no dia 2 de dezembro de 2021.
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