BrasilDestaque

Grito dos Excluídos e Excluídas: 30 anos tecendo o Brasil que a gente quer!

Uma data para celebrar e festejar! E qual é a melhor maneira de fazer isso? Apostar no processo de organização, na educação popular e nas ruas! Alguém aí se identifica? Se sim, é porque faz parte ativa dessa história que construímos coletivamente. Quem constrói esse processo ou está nas ruas nos 7 de setembro sabe a importância que esse Grito tem para nós e para as lutas populares deste país!

O genocídio do povo palestino continua, com mulheres e crianças como alvos, pois Israel e seus aliados acreditam que vidas palestinas não importam. As catástrofes climáticas, com impactos cada vez maiores, atingem principalmente os territórios periféricos. Essas catástrofes não são apenas naturais, mas também provocadas pelo sistema capitalista, para o qual a vida da natureza e dos povos tradicionais pouco importa.

A riqueza dos cinco homens mais ricos do mundo mais que dobrou entre 2020 e 2023, passando de 405 bilhões de dólares para 869 bilhões de dólares. Enquanto isso, 5 bilhões de pessoas ficaram mais pobres no mesmo período. A desigualdade e a fome aumentam dia após dia, e as políticas sociais continuam sendo cortadas dos orçamentos públicos porque a vida das pessoas que acessam os serviços públicos pouco importa.

A dívida pública continua a consumir quase metade do orçamento público federal (em 2023 foram R$ 1,879 trilhão, sendo 46,3% destinados ao pagamento de juros e serviços da dívida), estrangulando os gastos sociais em favor dos financeiros. Porque a vida dos credores de uma dívida social e ambiental parece importar mais.

Na transição energética, presente na intensa agenda internacional que envolve o Brasil em 2024 e 2025, precisamos mostrar que as energias eólica e solar em grande escala não respondem à nossa soberania energética. Povos do campo e do mar são enganados por falsos mercadores, e a construção de torres de grande porte impede que as pessoas durmam e que as crianças brinquem. A vida dessas pessoas importa?

O crescente feminicídio, crime contra mulheres, causa pavor e indignação. O Brasil é um dos países que mais mata mulheres por atos violentos, a maioria dos quais ocorre dentro de casa. A vida das mulheres e crianças parece ter menos valor.

Embora o número de empregos tenha aumentado, a carga diária de trabalho também cresceu, e os trabalhadores estão ganhando menos. A precarização é especialmente evidente no setor de aplicativos. A vida desses trabalhadores e trabalhadoras parece não importar.

Nesses 30 anos do Grito, “A vida em primeiro lugar” tem sido nosso lema! No mutirão pela vida, por terra, teto e trabalho! Porque a vida das mulheres, das crianças, do povo periférico, do povo preto, dos indígenas, dos quilombolas, das marisqueiras, das pessoas no campo, na floresta e na cidade IMPORTA.

Romper a barreira do ultraindividualismo, como nos propõe a Campanha da Fraternidade – “Vós sois todos irmãos e irmãs” – é o grande desafio. É na amizade e no companheirismo que construímos, dia a dia, nas lutas, nas comunidades, nos movimentos sociais e populares, nos sindicatos e nos partidos políticos. Somos diferentes e diversos, mas nos somamos, mostrando que dois mais dois nunca é apenas quatro, e sim muito mais. É a sinergia fazendo acontecer. A força dos coletivos, seja nas ruas ou na formação e estudo, aponta para um futuro de justiça. Com esperança e organização, seguimos adiante na comemoração desses 30 anos do Grito!

Texto da Coordenação Nacional do Grito dos Excluídos | Publicado no jornal do movimento.

Foto: J Paiva para o Brasil de Fato

Leia também:

ComCausa promoverá convocação para o Grito dos Excluídos

Editoria Virtuo Comunicação

Projeto Comunicando ComCausa

Portal C3 | Instagram C3 Oficial

João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa