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Grupo de trabalho do G20 conclui atividades com nota pela igualdade de gênero

O Grupo de Trabalho de Empoderamento de Mulheres do G20 finalizou suas atividades sob a presidência brasileira em uma reunião ministerial realizada em Brasíli. O encontro resultou em uma Nota da Presidência focada na Igualdade de Gênero e Empoderamento de Mulheres, destacando compromissos importantes sobre a autonomia econômica das mulheres, enfrentamento à misoginia e à violência baseada em gênero, além de ação climática com recorte de gênero.

A Nota da Presidência reconhece as desigualdades específicas enfrentadas por mulheres e meninas no mundo todo, ressaltando seu papel como agentes de mudança nas tomadas de decisões globais. As recomendações desse documento servirão de base para a Declaração de Líderes que será discutida na cúpula do G20, nos dias 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro.

Temas Abordados no Documento
Igualdade de Gênero e Autonomia Econômica

  • Compromisso com a redução da diferença salarial entre homens e mulheres e a promoção da igualdade de oportunidades no local de trabalho.
  • Incentivo ao empreendedorismo feminino e o acesso das mulheres às tecnologias digitais e ao comércio internacional.
  • Reconhecimento do trabalho de cuidado, geralmente não remunerado, que sobrecarrega as mulheres, e a necessidade de compartilhar essa responsabilidade em todos os setores da sociedade.
  • Desenvolvimento de políticas para promover a inclusão de mulheres nas áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM), onde permanecem sub-representadas.

Misoginia e Violência Baseada em Gênero

  • Definição de misoginia como o ódio ou aversão contra mulheres e meninas, que pode se manifestar de várias formas, como violência física, psicológica, econômica, e ataques nas mídias sociais.
  • Compromisso com políticas para prevenir e eliminar a violência de gênero, promovendo sociedades mais seguras e livres de violência.
  • Promoção dos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres como parte de uma abordagem de saúde integral.
    Gênero e Ação Climática
  • Reconhecimento de que mulheres e meninas sofrem de forma desproporcional com os efeitos das mudanças climáticas e, frequentemente, são sub-representadas em fóruns de decisão sobre clima e meio ambiente.
  • Ação para garantir a participação igualitária das mulheres em processos de decisão política e econômica relacionados ao clima, construindo sociedades mais sustentáveis e resistentes.

Outros Pontos e Conclusão

Além disso, o documento destaca o papel das mulheres como agentes de paz e saúda a criação da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, iniciativa da presidência brasileira do G20. O Grupo de Trabalho também ressaltou a importância do diálogo com organizações internacionais para produzir dados e estudos que subsidiem políticas públicas eficientes voltadas ao empoderamento feminino.

O GT foi criado em 2023, durante a presidência da Índia, mas foi sob a presidência do Brasil que as atividades foram intensificadas, com reuniões técnicas e ministeriais que envolveram representantes de 20 países-membros, além de convidados e oito organismos internacionais. O trabalho continuará sob as próximas presidências do G20, na África do Sul (2025) e nos Estados Unidos (2026).

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João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa