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Horário de verão é definido pelo governo: o que pode mudar para você?

Após cinco anos suspenso, o horário de verão está prestes a retornar em 2024. A medida, que consiste em adiantar os relógios em uma hora para aproveitar mais a luz natural e economizar energia, voltou a ser cogitada pelo Governo Federal como uma solução diante da crise energética provocada pela seca que atinge o Brasil este ano. O retorno foi sugerido em setembro pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) como uma resposta à diminuição das chuvas, que compromete a geração de energia no país.

Se o retorno do horário de verão for confirmado, ele deve seguir as regras anteriores, com os relógios sendo adiantados em uma hora no primeiro domingo de novembro, ou seja, em 5 de novembro de 2024. O período deve se estender até o terceiro domingo de fevereiro de 2025, totalizando quase quatro meses de horário diferenciado.

No entanto, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira de Oliveira, ressalta que a adoção do horário de verão só será efetivada se for considerada imprescindível para aliviar o consumo de energia elétrica. Caso o período chuvoso consiga recompor os reservatórios e a geração de energia volte a níveis seguros, a medida poderá ser descartada.

Impacto do horário de verão
O horário de verão sempre foi uma ferramenta utilizada para reduzir a demanda por eletricidade durante o horário de pico, aproveitando a luz natural no fim da tarde e início da noite. Nos anos anteriores à sua suspensão, ele foi especialmente útil nas regiões mais ao sul do país, onde a variação de luz solar entre as estações é mais acentuada. O principal objetivo é evitar o uso excessivo de eletricidade no período noturno, quando a demanda tende a aumentar devido ao uso de iluminação, aparelhos de ar-condicionado e outros equipamentos.

O retorno do horário de verão afeta a população de diversas formas:
Economia de Energia: O horário de verão é tradicionalmente associado à redução no consumo de energia elétrica, principalmente em áreas residenciais. No entanto, especialistas indicam que, nos últimos anos, essa economia tem sido menos significativa devido às mudanças no padrão de consumo energético.

Rotina e Saúde: Mudar o relógio pode impactar o sono e a saúde da população, especialmente para aqueles que têm dificuldade em ajustar seus horários biológicos. Algumas pessoas relatam cansaço, insônia e redução na produtividade durante as primeiras semanas da mudança.

Setor de Aviação: Um dos setores mais afetados pela mudança no horário é o de aviação. As companhias aéreas já venderam passagens com horários estabelecidos, e qualquer alteração pode gerar confusão entre passageiros, além de exigir ajustes em escalas de voos e funcionamento de aeroportos.

Debate sobre o retorno
A volta do horário de verão não é unanimidade. Setores econômicos, especialmente o de aviação, já demonstraram preocupação com os impactos da mudança. Companhias aéreas afirmam que passagens já vendidas seriam afetadas, criando dificuldades logísticas e possíveis desconfortos para os passageiros. Além disso, há quem argumente que o impacto econômico do horário de verão tem diminuído com o tempo, devido à modernização das tecnologias de iluminação e ao aumento do uso de equipamentos eletrônicos que funcionam por longos períodos, independentemente do horário.

Por outro lado, defensores da medida afirmam que, em tempos de crise hídrica e energética, qualquer alternativa que possa reduzir o consumo de energia deve ser considerada. O Brasil, que já enfrentou apagões e racionamentos em outras épocas, pode se beneficiar do retorno do horário de verão, ainda que o impacto econômico não seja tão significativo quanto no passado.

O que esperar?
O Governo Federal deve tomar a decisão final nas próximas semanas, com base em análises detalhadas do ONS sobre a situação dos reservatórios e da geração de energia no país. Se mantida, a medida será anunciada oficialmente, e os brasileiros devem se preparar para ajustar seus relógios e suas rotinas.

Para muitos, o retorno do horário de verão é um pequeno sacrifício diante da possibilidade de evitar um colapso energético. No entanto, a decisão ainda depende de fatores climáticos e técnicos que serão avaliados nos próximos dias.

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João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa