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Lula anuncia Macaé Evaristo como nova ministra dos Direitos Humanos e Cidadania

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou, nesta segunda-feira (9), a escolha de Macaé Evaristo como a nova ministra dos Direitos Humanos e Cidadania. A nomeação será oficializada nos próximos dias, conforme anunciou o presidente em suas redes sociais. Evaristo substituirá Silvio Almeida, que foi demitido na semana passada após denúncias de assédio sexual.

Silvio Almeida chefiava a pasta desde o início do mandato de Lula, em janeiro de 2023. No entanto, sua permanência no cargo se tornou insustentável após as acusações de assédio sexual reveladas pela organização Me Too Brasil, que apoia vítimas de violência sexual. O caso ganhou ainda mais repercussão após a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, relatar que também foi alvo de assédio por parte de Almeida.

As denúncias, que foram tornadas públicas pelo site Metrópoles, levaram o governo a agir rapidamente para substituir o então ministro. Almeida nega as acusações, mas a gravidade das alegações fez com que o presidente Lula tomasse a decisão de exonerá-lo.

Quem é Macaé Evaristo ?

Nascida em 1965 em Minas Gerais, Macaé Evaristo, nova ministra dos Direitos Humanos e Cidadania, construiu uma trajetória marcada pela defesa da educação e da inclusão social. Formada em Serviço Social pela PUC-MG (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais) e com mestrado em Educação pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), Evaristo iniciou sua carreira como professora na rede municipal de Belo Horizonte, sempre filiada ao Partido dos Trabalhadores (PT).

Entrada na vida pública

Em 2005, Evaristo deu os primeiros passos na vida pública ao assumir o cargo de secretária municipal de Educação de Belo Horizonte, durante a gestão de Fernando Pimentel (PT). Sua atuação foi mantida ao longo do mandato de Pimentel e também no primeiro mandato de Márcio Lacerda (PSB), de 2009 a 2012. Neste período, Macaé Evaristo se consolidou como uma das principais vozes em defesa da educação inclusiva e da valorização do ensino público.

Entre 2013 e 2014, durante o governo Dilma Rousseff (PT), Evaristo assumiu a Secretaria Nacional de Alfabetização, Diversidade e Inclusão, no Ministério da Educação. Sua atuação foi marcada pela promoção de políticas de inclusão e diversidade nas escolas públicas de todo o Brasil.

Desafios em Minas Gerais

Em 2015, quando Fernando Pimentel foi eleito governador de Minas Gerais, Macaé Evaristo foi escolhida como secretária estadual de Educação, cargo que ocupou até 2018. A gestão enfrentou momentos de turbulência, com investigações envolvendo suspeitas de compras superfaturadas de carteiras escolares. A então secretária foi alvo de uma ação de improbidade administrativa, mas fechou um acordo com o Ministério Público estadual. Apesar das adversidades, Evaristo foi reconhecida pela nomeação de concursados e o descongelamento de carreiras na educação pública, ações que beneficiaram muitos profissionais da área.

Carreira política e eleições

A primeira experiência eleitoral de Macaé Evaristo ocorreu em 2018, quando disputou o cargo de deputada estadual, mas não obteve sucesso nas urnas. Dois anos depois, em 2020, foi eleita vereadora de Belo Horizonte, com quase 6 mil votos. Já em 2022, conseguiu uma vaga como deputada estadual de Minas Gerais, sendo eleita com 50.416 votos, consolidando sua força política no estado.

Indicação ao Ministério

O nome de Evaristo foi indicado ao presidente Lula por Gleisi Hoffmann, deputada federal e presidente nacional do PT, que defendia a indicação de uma mulher petista para o cargo. Com sua nomeação, Evaristo se torna a décima mulher a chefiar uma pasta no governo Lula, que possui 37 ministérios ao todo.

Agora, como ministra dos Direitos Humanos e Cidadania, Macaé Evaristo enfrenta o desafio de promover a defesa dos direitos fundamentais e avançar em políticas que garantam a inclusão social, a igualdade de direitos e o combate à discriminação no Brasil.

Macaé Evaristo tem uma trajetória marcada pela defesa dos Direitos Humanos, especialmente nas áreas de educação e igualdade racial. Ela já atuou como secretária de Educação de Minas Gerais e secretária de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do Ministério da Educação. Sua experiência em políticas públicas voltadas para a inclusão social e o combate às desigualdades sociais e raciais foi decisiva para sua escolha como ministra.

Ao assumir a pasta de Direitos Humanos e Cidadania, Evaristo terá como desafio central não apenas dar continuidade às políticas públicas voltadas para a proteção e promoção dos direitos humanos, mas também lidar com o legado de turbulência deixado pelas denúncias envolvendo seu antecessor. A nomeação de Evaristo foi vista como uma tentativa de reafirmar o compromisso do governo com os direitos das mulheres, da população negra e das minorias sociais.

Mudanças no governo

Com a saída de Almeida, já são cinco os ministros que deixaram o governo de Lula desde o início do mandato. A rápida movimentação no Ministério dos Direitos Humanos demonstra a sensibilidade do governo em relação a acusações de assédio, em consonância com o discurso de defesa das mulheres e dos direitos humanos que o presidente tem reiterado.

A expectativa é que a nova ministra contribua para fortalecer as políticas de inclusão e proteção de direitos que são prioritárias para o governo. A nomeação de Macaé Evaristo é considerada um passo importante para restabelecer a confiança nas políticas públicas da pasta e avançar em questões centrais para os direitos humanos no Brasil.

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João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa