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Mobilização pela saúde dos Povos da Guanabara

No mês de agosto, foi lançada uma ação de Vigilância Popular voltada para a Saúde das Populações Tradicionais na Sub-bacia do Canal do Cunha (porção oeste da Baía de Guanabara), que abrange a Zona Norte do Rio de Janeiro (RJ), tendo como foco principal as comunidades tradicionais de pescadores, favelas e povos indígenas em áreas urbanas.

A iniciativa foi selecionada no contexto da Chamada Pública de Apoio a Ações de Saúde Integral (2024), coordenada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O objetivo é apoiar os esforços de 146 organizações comunitárias de diversos municípios do estado do Rio de Janeiro que participam na criação e execução do Plano Integrado de Saúde nas Favelas do Rio, iniciado em 2020 durante a pandemia de COVID-19. Essa ação foi desenvolvida por um conjunto de movimentos sociais e comunidades em colaboração com uma rede científico-social que inclui universidades, instituições de pesquisa e associações científicas (Fiocruz/UFRJ/UERJ/PUCRJ/ABRASCO e SBPC), além de contar com o apoio da ALERJ.

Estão previstas visitas às áreas de pesca, rodas de conversa com pescadores artesanais, oficinas de Educação Ambiental com enfoque comunitário e a realização de uma Barqueata em defesa da Saúde Ambiental da Baía de Guanabara no dia 21 de setembro, na abertura da Primavera, na Ilha do Fundão (RJ).

A pesquisa de opinião sobre a percepção dos pescadores em relação à Saúde humana e coletiva, Saúde Ambiental e Justiça Climática começou no dia 14 de agosto, nos territórios pesqueiros onde atuam a Associação de Pescadores da Prainha (APAP), na Ilha do Fundão, e a Associação de Pescadores da Vila do Pinheiro e Maré (APEMAR). A região é marcada por múltiplas vulnerabilidades socioambientais, socioeconômicas, habitacionais e sanitárias, e a Pesca Artesanal continua a resistir frente a um modelo urbano-industrial predatório, poluente e socialmente excludente.

I Conferência Participativa por um Plano de Restauração da Saúde Ambiental Integrada da Baía de Guanabara

João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa