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Pai do menino Maicon vítima de violência policial volta a fazer vigília por justiça no Rio de Janeiro

O pai do menino Maicon, de apenas dois anos, que foi morto por um tiro disparado por um policial militar em Acari, o senhor José Luiz Faria da Silva, volta a fazer vigília por justiça em frente ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro.

O protesto é motivado pela possibilidade de extinção definitiva – falta um ano e meio para o processo ser encerrado – do caso do assassinato de seu filho, Maicon de Souza Silva, ocorrido em 1996. Apesar de o autor ser conhecido, ninguém foi responsabilizado até hoje.

Maicon brincava na porta de casa na tarde de 15 de abril de 1996, na favela de Acari, quando foi baleado. Apesar de o autor ser conhecido, nenhum policial foi responsabilizado até hoje. Os policiais envolvidos, ao contrário, receberam gratificações por produtividade apenas oito dias após a morte do menino.

Durante as investigações, as balas que mataram Maicon e as que atingiram outra criança que brincava com ele jamais foram objeto de perícia, em um caso permeado por graves falhas processuais. Infelizmente, a naturalização das mortes de crianças, adolescentes e jovens das periferias brasileiras pelo Sistema de Segurança Pública e de Justiça é uma constante. O caso também foi analisado pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA).

Maicon foi um dos destaques do relatório “Você matou meu filho – Homicídios cometidos pela Polícia Militar na cidade do Rio de Janeiro”, publicado pela Anistia Internacional em 2015. O documento revela que a Polícia Militar tem utilizado registros de homicídios decorrentes de intervenção policial (autos de resistência) para encobrir execuções extrajudiciais.

José Luiz Faria da Silva tem lutado incansavelmente para que a morte brutal de seu filho não seja esquecida. Ano após ano, ele protesta em frente ao Ministério Público do Rio de Janeiro, pedindo a reabertura do processo contra os policiais envolvidos na morte de Maicon.

Relembre o caso:

Memória: Menino Maicon de Souza da Silva

Editoria Virtuo Comunicação

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Adriano Dias

Jornalista militante e fundador da #ComCausa