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Pastoral Afro promoverá encontro na Capela São Mateus em Nilópolis na Baixada Fluminense

No dia 27 de julho, a Pastoral Afro realizará um momento devocional a partir das 14h30, seguido por um encontro promovido pela ComCausa, que começará às 15h30. O evento abordará temas profundamente enraizados na luta contra o racismo e pela tolerância religiosa.

Entre os tópicos discutidos estarão a importância do tombamento do Cais do Valongo, um dos principais pontos de chegada de milhares de africanos escravizados no Brasil, e a vida e legado de José Maria Pires, o “Dom Zumbi”, um dos primeiros arcebispos negros do Brasil, conhecido por sua defesa dos direitos humanos e da igualdade racial, além de um dos fundadores da Pastoral Afro.

Já a partir das 17h50, haverá a preparação para a Missa Inculturada Afro Católica. Encerrando as atividades do dia, a partir das 19h30, a Câmara de Vereadores de Nilópolis prestará uma homenagem à Pastoral Afro.

A Pastoral Afro-brasileira busca a valorização do negro, com foco em questões relacionadas a essa população, como evidenciar sua identidade, cultura e ancestralidade, visando intervir na desigualdade racial. Na Baixada Fluminense, a pastoral exerce forte influência na luta da população negra e se reúne historicamente na Capela São Mateus, em Nilópolis.

Capela São Mateus: Importante ponto histórico

A Capela São Mateus, um dos marcos históricos da Baixada Fluminense, comemora mais um ano de existência. Erguida em 1637 por escravos e indígenas, a capela não apenas simboliza a fé católica, mas também entrelaça-se profundamente com a história da região.

Situada na Rua Antônio Cardoso Leal, 241, no Centro de Nilópolis, a capela possui um cemitério externo onde repousam os restos mortais de 55 escravos, vítimas de uma epidemia de cólera no século XIX. Ao longo dos séculos, a Capela São Mateus passou por várias restaurações em 1747, 1914, 1936 e 1989, mantendo intactas suas características originais barrocas jesuíticas.

Em 1999, a Capela São Mateus foi declarada Patrimônio Histórico Municipal, um reconhecimento oficial durante a gestão do prefeito José Carlos Cunha em 2000. Inicialmente encomendada por João Álvares Pereira, a construção utilizou materiais como adobe, uma mistura de barro batido, óleo de baleia e mariscos. As telhas eram moldadas nas coxas dos escravos.

Ao longo de sua história, a capela serviu a diferentes propósitos, incluindo uma clínica na década de 1930 e um núcleo da Legião da Boa Vontade na década de 1960. Transformada em matriz de São João de Meriti em 1747, o edifício chegou a ficar em ruínas e foi invadido por 48 pessoas antes da última restauração.

A arquitetura barroca da capela apresenta dois salões separados por um arco, onde, durante a escravidão, os senhores ocupavam a área próxima ao altar, enquanto os escravos ficavam atrás do arco. Infelizmente, ao longo do tempo, peças originais como telhas, a imagem de São Mateus, a pia batismal, o sino, duas cruzes de ferro e o altar-mor desapareceram ou foram destruídas por cupins.

O Mausoléu do Escravo, inaugurado em 13 de maio de 1988 abriga os restos dos escravos em um espaço adjacente à capela. A área total da construção abrange cerca de 2.500 metros quadrados, dos quais 112 metros pertencem ao edifício da igreja.

A Capela São Mateus fica na Rua Antônio Cardoso Leal, 241 – Centro – Nilópolis –  Mais informções com a ComCausa Rio +55 21 99957-3821 > Baixada 21 96942-1505

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João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa