Brasil

Projeto torna obrigatório o ensino sobre mulheres históricas nas escolas

O Senado Federal aprovou um projeto de lei que torna obrigatório o ensino sobre mulheres que marcaram a história em diversas áreas, como ciência, artes, economia, política e cultura. A medida será aplicada tanto às escolas públicas quanto às particulares de ensino fundamental e médio, e busca promover uma maior valorização das conquistas femininas ao longo do tempo. Agora, o projeto segue para sanção presidencial.

A proposta, de autoria da deputada Tabata Amaral, também institui a criação da “Semana de Valorização de Mulheres que Fizeram História”, um período dedicado à divulgação e discussão dos feitos e contribuições de figuras femininas que moldaram o Brasil e o mundo. O objetivo é ampliar o conhecimento dos alunos sobre a relevância das mulheres em diversos campos e combater a desigualdade de gênero na educação.

Pelo texto aprovado, as escolas terão a responsabilidade de incluir no currículo conteúdos que destaquem as realizações de mulheres nas áreas de ciência, cultura, artes, política e economia, além de reforçar as histórias que muitas vezes foram ignoradas ou subestimadas nos livros didáticos. A iniciativa visa não apenas expandir o conhecimento dos alunos sobre o papel das mulheres, mas também combater estereótipos de gênero.

A senadora Soraya Thronicke, relatora do projeto no Senado, deu parecer favorável ao texto, destacando a importância de combater estereótipos que associam a genialidade e o talento mais aos homens do que às mulheres. Ela enfatizou que estudos demonstram como meninas, desde cedo, são desencorajadas de se interessar por áreas como as ciências exatas, o que limita sua participação em campos de destaque e reconhecimento.

“A existência desses estereótipos influencia a tomada de decisões de meninas a partir dos seis anos de idade, desencorajando-as de interesses em determinadas matérias, o que, como consequência, contribui para que diversas áreas e carreiras de grande reconhecimento tenham baixa representação de mulheres,” afirmou Soraya no relatório.

Além disso, a senadora destacou que as mulheres são frequentemente marginalizadas e sub-representadas na história, sendo até mesmo excluídas dos registros oficiais, o que torna urgente a necessidade de corrigir essa invisibilidade histórica. Ela citou exemplos de descobertas e conquistas atribuídas a homens que, na verdade, contaram com a significativa participação de mulheres, mas cujos nomes foram apagados ao longo da transmissão do conhecimento.

A aprovação do projeto é vista como um passo importante para promover uma educação mais inclusiva e justa, oferecendo às gerações futuras uma visão mais ampla e completa da história e das contribuições femininas em diversas áreas. O texto agora depende da sanção presidencial para entrar em vigor e transformar a realidade educacional do país, fomentando uma nova cultura de igualdade e respeito ao papel das mulheres na sociedade.

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João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa