Seminário discute saúde, justiça climática e racismo ambiental nas favelas
Nos dias 26 e 27 de agosto, Petrópolis foi palco de debates cruciais sobre saúde e justiça climática durante o Seminário “Saúde, Favela, Justiça Climática e Racismo Ambiental”. Organizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e sediado no Centro de Defesa dos Direitos Humanos (CDDH) de Petrópolis, o evento abordou questões essenciais para as populações mais vulneráveis do estado do Rio de Janeiro.
Nos dias 26 e 27 de agosto, Petrópolis foi palco de debates cruciais sobre saúde e justiça climática durante o Seminário "Saúde, Favela, Justiça Climática e Racismo Ambiental". Organizado pela Fiocruz e sediado no Centro de Defesa dos Direitos Humanos (CDDH). pic.twitter.com/R2jZMJxEfZ
— Portal C3 (@C3Portal) August 28, 2024
O seminário reuniu cerca de 150 líderes de projetos de 33 cidades e mais de 150 favelas do estado, incluindo representantes da ComCausa, Débora Barroso e João Oscar, além de acadêmicos e pesquisadores da Fiocruz. O principal objetivo foi elaborar um diagnóstico coletivo das necessidades de saúde nas comunidades periféricas e desenvolver uma agenda comum para enfrentar esses desafios.
O evento também teve como objetivo preparar o Brasil para a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá em novembro de 2025 em Belém, discutindo como as mudanças climáticas impactam a saúde nas favelas e comunidades periféricas.
Atividades e discussões
No dia 26 de agosto, as atividades do seminário começaram com uma visita à Igreja de Santo Antônio, próxima à comunidade do Morro da Oficina, uma das áreas mais afetadas pelas chuvas em Petrópolis. Este espaço serviu para reflexão e mobilização. No mesmo dia, à tarde, no Centro de Defesa dos Direitos Humanos (CDDH), ocorreu uma reunião entre os integrantes dos movimentos sociais e os projetos apoiados pela Fiocruz, para apresentação coletiva e alinhamento das ações.
O seminário prosseguiu no dia 27 de agosto com a formação de grupos temáticos que discutiram e elaboraram propostas para um documento conjunto. Esse documento será apresentado pelas instituições participantes como parte da articulação “146x Favelas”, uma iniciativa que reuniu diversas organizações e instituições comprometidas com a promoção da saúde e o fortalecimento de comunidades em favelas do Rio de Janeiro.
Essa articulação tem o apoio da Fiocruz, Instituto Federal Fluminense (IFF), Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), entre outras.
As discussões enfatizaram a importância de criar estratégias eficazes para enfrentar as adversidades causadas pelas mudanças climáticas e os desafios específicos enfrentados pelas comunidades periféricas.
Próximos passos
Os resultados e as propostas discutidas durante o seminário serão divulgados em breve no Portal C3 da ComCausa. O evento representou um avanço significativo para a integração de esforços entre diferentes setores e para a promoção de políticas públicas que atendam às necessidades das comunidades mais vulneráveis.
Débora Barroso, coordenadora do Projeto ComuniSaúde da ComCausa, destacou a importância do seminário:
“Participar deste seminário foi fundamental para fortalecer nossa compreensão e nossas ações em relação à interseção entre saúde, justiça climática e racismo ambiental nas favelas. O evento não só possibilitou um diagnóstico preciso das necessidades das comunidades periféricas, como também promoveu um espaço de colaboração entre líderes de projetos, acadêmicos e representantes comunitários. Estamos empenhados em levar adiante as propostas discutidas e garantir que elas se traduzam em políticas públicas eficazes e inclusivas, que realmente atendam às demandas das populações mais vulneráveis.”
O seminário demonstrou como a colaboração entre organizações, acadêmicos e líderes comunitários pode gerar soluções inovadoras e eficazes para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas e promover justiça social e ambiental. A importância de uma abordagem colaborativa foi enfatizada, com parcerias fundamentais para a realização do evento e a promoção de uma agenda de saúde e justiça climática que atenda às necessidades das comunidades periféricas.
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