Em uma ação inédita e urgente, policiais e promotores de diferentes regiões do Brasil estão se infiltrando em comunidades online, principalmente no Discord, para combater crimes envolvendo menores de idade, como estupro virtual, chantagem com fotos íntimas, indução à automutilação e incitação ao suicídio. Esses crimes brutais contra crianças e adolescentes exigem uma vigilância constante, e, para isso, agentes trabalham incansavelmente para monitorar esses grupos criminosos e identificar casos antes que o dano seja irreparável.
Um dos momentos mais impactantes dessa operação foi descrito pela delegada Lisandra Salvariego Colabuono, da Polícia Civil de São Paulo, que relata um caso em que, infiltrados em um grupo, os agentes perceberam que uma menina estava prestes a ser vítima de estupro virtual. A delegada, ao ligar para a mãe da vítima, teve que convencer a mulher de que sua filha, aparentemente dormindo, estava prestes a ser abusada digitalmente. “Ela não acreditava, mas conseguimos evitar a tragédia”, afirma Lisandra, destacando a importância do trabalho de monitoramento passivo, que já resultou na proteção de 92 vítimas de violência.
O trabalho dos agentes vai além da infiltração; eles também recebem denúncias de ativistas e colaboram com outras forças de segurança para garantir a proteção das vítimas. Desde novembro de 2024, essa operação tem sido fundamental na prevenção de casos graves, como a tentativa de suicídio que foi interrompida com a ajuda do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar. A ação é um esforço conjunto que busca proteger os mais vulneráveis em um ambiente cada vez mais complexo, onde o anonimato da internet facilita a ação de criminosos.
Além das operações de infiltração, o caso também trouxe à tona a prisão de Luíz Alexandre de Oliveira Lessa, um soldado do Exército que se intitulava o ‘Hitler da Bahia’ e foi acusado de aliciar crianças e adolescentes, além de envolvimento em pornografia infantil e organização criminosa. A defesa de Lessa nega as acusações, enquanto o Exército afirma que ele foi excluído da corporação após punições disciplinares. Para proteger os filhos no ambiente digital, especialistas recomendam que os pais mantenham um diálogo constante e cuidem das atividades online dos menores. Ensinar os filhos a não interagir com estranhos e respeitar as idades recomendadas para o uso de telas também são passos importantes para garantir uma experiência digital segura.
Como os pais podem garantir uma experiência digital segura para seus filhos
Para garantir que seus filhos tenham uma experiência digital segura e positiva, os pais podem adotar as seguintes medidas:
- Estabelecer limites de tempo de uso: Defina períodos específicos para o uso de dispositivos eletrônicos, assegurando que a tecnologia não interfira em atividades familiares, refeições ou no desempenho escolar.
- Selecionar plataformas adequadas: Escolha redes sociais e aplicativos apropriados à idade do seu filho, considerando os recursos de privacidade e segurança que cada um oferece.
- Dialogar sobre o que é compartilhado online: Converse abertamente sobre a importância de não divulgar informações pessoais sensíveis e os riscos associados ao compartilhamento excessivo nas redes sociais.
- Utilizar ferramentas de controle parental: Instale softwares que permitam monitorar e restringir o acesso a conteúdos inadequados, além de gerenciar o tempo de uso dos dispositivos.
- Manter dispositivos em áreas comuns: Incentive o uso de computadores e tablets em espaços compartilhados da casa, facilitando a supervisão e promovendo a interação familiar.
- Ensinar sobre a interação com estranhos online: Oriente seus filhos a não interagir com desconhecidos na internet e a sempre informar um adulto de confiança sobre qualquer contato suspeito.
- Respeitar as idades recomendadas para uso de plataformas: Adote as orientações sobre a idade mínima para utilização de determinadas redes sociais e aplicativos, garantindo que seu filho esteja em um ambiente digital adequado ao seu desenvolvimento.
- Ativar autenticação em duas etapas: Configure a autenticação de dois fatores em contas e aplicativos utilizados pelos filhos, adicionando uma camada extra de segurança contra acessos não autorizados.
- Monitorar atividades e histórico de navegação: Regularmente, verifique o histórico de navegação e as interações online de seus filhos, promovendo discussões sobre suas atividades digitais e identificando possíveis riscos.
- Promover momentos offline: Incentive atividades que não envolvam tecnologia, como esportes, leitura ou passeios, equilibrando a vida digital com experiências no mundo real.
Adotar essas práticas contribui para a formação de hábitos digitais saudáveis, protegendo seus filhos de potenciais riscos e promovendo um ambiente online seguro e enriquecedor.
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