Memória: Assassinato de Carlos Marighella

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Em 4 de novembro de 1969, Carlos Marighella encontrou seu trágico destino nas ruas de São Paulo, sendo alvo de uma emboscada fatal executada por agentes da polícia. Este episódio representou um golpe doloroso para o movimento de guerrilha urbana no Brasil, mas paradoxalmente, sua figura e ideias persistiram como fonte de inspiração para a resistência à ditadura militar que então assolava o país.

A morte de Marighella desencadeou uma onda de controvérsia e debates que perduram até os dias de hoje, dividindo opiniões entre aqueles que o consideram um herói na luta contra a opressão e outros que o rotulam como um terrorista. Este evento marcou um momento crucial na história do Brasil e consolidou a imagem polarizadora de Marighella como um tema amplamente debatido e estudado em círculos acadêmicos e políticos.

Trajetória radical

Nascido em 5 de dezembro de 1911, em Salvador, Bahia, Brasil, Marighella inicialmente trilhou o caminho da engenharia e exerceu a profissão de professor. Contudo, seu envolvimento com a política o levou a uma trajetória radical que mudaria o curso de sua vida de forma irrevogável. Durante a década de 1930, ele se filiou ao Partido Comunista Brasileiro (PCB), tornando-se um dedicado ativista político.

A virada definitiva na vida de Marighella ocorreu em 1964, quando o Brasil foi submetido a um golpe militar que derrubou o governo democrático. Percebendo a crescente repressão do governo militar, Marighella viu a necessidade premente de uma resistência armada como a única maneira de combater a ditadura e restaurar a democracia no Brasil.

Assim, em 1968, Carlos Marighella fundou a Ação Libertadora Nacional (ALN), um grupo armado comprometido com a oposição ao regime militar. A ALN sustentava a crença de que somente a luta armada poderia derrubar a ditadura e restabelecer a democracia no Brasil. Marighella liderou o grupo e desempenhou o papel de estrategista-chefe.

A ALN executou uma série de ações armadas, que incluíram sequestros, assaltos a instituições financeiras e ataques a instalações militares. O “Minimanual do Guerrilheiro Urbano,” escrito por Marighella, tornou-se um dos documentos mais notórios no movimento de guerrilha urbana, delineando táticas e estratégias para a luta armada contra o governo militar.

O legado de Carlos Marighella é complexo e multifacetado. Sua morte marcou um capítulo significativo na história brasileira, simbolizando a resistência e a luta em um período tumultuado. Enquanto alguns o reverenciam como um mártir na busca pela democracia, outros o denunciam como um criminoso e radical. O “Minimanual do Guerrilheiro Urbano” continua a influenciar movimentos revolucionários em todo o mundo e permanece uma obra de referência na teoria da guerrilha urbana.

Nos tempos contemporâneos, o nome de Marighella continua a ocupar um lugar de destaque nos debates sobre justiça social, resistência política e o legado da ditadura militar no Brasil. Sua vida e morte são um lembrete constante dos desafios enfrentados por aqueles que se opuseram à opressão política. Carlos Marighella deixou um legado duradouro e polarizador, e sua história continua a ser uma parte inextricável da narrativa da oposição à ditadura militar no Brasil.

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