Dia da Criação da Capela São Mateus

Capela São Mateus

A Capela São Mateus, um dos marcos históricos da Baixada Fluminense, celebra mais um ano de existência. Construída em 1637 por escravos e indígenas, a capela não só representa a fé católica, mas também se entrelaça com a história da região.

Localizada na Rua Antônio Cardoso Leal, 241, no Centro de Nilópolis, a capela possui um cemitério externo onde estão os restos mortais de 55 escravizados, vítimas de uma epidemia de cólera no século XIX. Ao longo dos anos, a capela passou por reformas em 1747, 1914, 1936 e 1989, mas manteve suas características barrocas jesuíticas originais.

Em 1999, a Capela São Mateus foi tombada como Patrimônio Histórico Municipal, sendo oficialmente reconhecida na gestão do prefeito José Carlos Cunha em 2000. O templo, inicialmente construído a mando de João Álvares Pereira, utilizou materiais como barro batido, óleo de baleia e mariscos, uma mistura conhecida como adobe. As telhas eram moldadas nas coxas dos escravizados.

No decorrer de sua história, a capela serviu diferentes propósitos, incluindo uma clínica na década de 1930 e um núcleo da Legião da Boa Vontade na década de 1960. Em 1747, foi transformada em matriz de São João de Meriti e, antes da última restauração, o prédio estava em ruínas e invadido por 48 pessoas.

A arquitetura barroca da capela inclui dois salões separados por um arco, onde, durante a escravatura, os senhores ficavam próximos ao altar e os escravos atrás do arco. Infelizmente, ao longo do tempo, peças originais como telhas, a imagem de São Mateus, a pia batismal, o sino, duas cruzes de ferro e o altar-mor desapareceram ou foram destruídas por cupins.

O Mausoléu do Escravo, inaugurado em 13 de maio de 1988 na gestão do prefeito Jorge David, guarda os ossos dos escravizados em um espaço próximo à capela. A área total da construção abrange cerca de 2.500 metros quadrados, dos quais 112 metros fazem parte do prédio da igreja.

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