Nesta terça-feira, 10 de fevereiro, a Tenda da Ciência, localizada no campus da Fiocruz em Manguinhos, foi palco do evento “Saúde na Favela é Construção Coletiva”, promovido em alusão ao Dia Estadual de Mobilização para Enfrentamento da Covid-19 e seus Impactos nas Favelas e Periferias (Lei nº 9186/2021). A iniciativa reuniu representantes de instituições acadêmicas, organizações sociais, coletivos de favelas e lideranças comunitárias para debater estratégias de promoção da saúde e melhorias nas condições de vida em cerca de 146 favelas e demais áreas urbanas do Rio de Janeiro.
A programação começou no início da tarde, contemplando um lanche de boas-vindas, seguido pela abertura oficial às 14h. Na Mesa Institucional, estiveram presentes Cristiane Sendim, diretora da Fiotec; Lourdes Aguiar, vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas da Fiocruz; Richarlls Martins, do projeto “Saúde das Favelas”; Roberta Portais, professora da PUC-Rio; e Ana Paula Salles, da Associação de Mulheres de Itaguaí. Além deles, representantes de diversas entidades — entre elas UFRJ, Uerj, PUC, IFF, UENF, Abrasco, SBPC, CONASEMS-RJ e Alerj — marcaram presença, reforçando o caráter amplo e colaborativo do encontro. Durante as discussões, foram lançadas a nova ‘Chamada Interna’ e a página específica no Portal Fiocruz, além da apresentação de um diagnóstico externo que traçou um panorama dos desafios enfrentados pelas comunidades.
O evento ressaltou a importância da união entre instituições acadêmicas, movimentos sociais e coletivos comunitários para combater as desigualdades estruturais das favelas. Os debates destacaram a necessidade de investimentos em prevenção, atenção primária e saneamento básico, além da criação de redes de apoio que possibilitem respostas ágeis às demandas emergenciais. Desde então, diversas ações foram financiadas, impactando direta e indiretamente cerca de 500 mil pessoas em 33 cidades do estado, com iniciativas voltadas para segurança alimentar, saúde mental, comunicação em saúde, educação popular e geração de renda.
Semana de Saúde nas Favelas
Na oportunidade, a ComCausa anunciou a realização da Semana de Saúde nas Favelas, que ocorrerá entre os dias 10 e 21 de fevereiro. A iniciativa busca promover debates diários e ações concretas sobre os principais desafios sanitários enfrentados pelas favelas, abordando temas como tuberculose, dengue, doenças respiratórias e saúde mental. O objetivo é mobilizar o poder público, a sociedade civil e os moradores para a construção de políticas públicas efetivas e ampliar o acesso à saúde nesses territórios.
A seguir, os principais assuntos que serão trabalhados ao longo dos dias, conforme o cronograma divulgado:
10 de fevereiro – Abertura da Semana
Debate sobre a importância da mobilização comunitária para garantir melhores condições de vida e saúde.
11 de fevereiro – Memória da morte de Oswaldo Cruz e a importância da Fiocruz
Resgate histórico do legado de Oswaldo Cruz e o papel da Fiocruz no controle de epidemias.
12 de fevereiro – Tuberculose
Prevenção, diagnóstico, tratamento e desafios enfrentados em áreas de alta densidade populacional.
13 de fevereiro – Dengue, Zika e Chikungunya
Estratégias de combate ao mosquito Aedes aegypti e a importância do saneamento básico na prevenção dessas doenças.
14 de fevereiro – Leptospirose
Riscos em áreas alagadas e medidas de proteção para evitar o contato com a urina de ratos.
15 de fevereiro – Doenças respiratórias (pneumonia, bronquite, asma)
Fatores que agravam as doenças respiratórias em favelas e estratégias de prevenção.
16 de fevereiro – Covid-19
Situação atual da pandemia, reforço das medidas de prevenção e ampliação da vacinação em áreas vulneráveis.
17 de fevereiro – Hipertensão e Diabetes
Cuidados contínuos, alimentação adequada e acesso regular aos serviços de saúde.
18 de fevereiro – HIV/AIDS e outras ISTs
Conscientização, combate ao preconceito e ampliação do acesso a preservativos e testes rápidos.
19 de fevereiro – Doenças de pele (micoses, sarna, infecções bacterianas)
Importância da higiene pessoal e da busca por tratamento precoce.
20 de fevereiro – Desnutrição e Obesidade
Desafios no acesso a alimentos saudáveis e a importância de uma alimentação balanceada.
21 de fevereiro – Depressão e Transtornos Mentais
Sinais de alerta, valorização da saúde mental e ampliação do apoio psicológico.
Ao final do encontro, os organizadores ressaltaram que a Semana de Saúde nas Favelas representa um passo significativo rumo à construção de uma rede sólida de promoção da saúde, combate às desigualdades e melhoria das condições de vida nas comunidades cariocas. A expectativa é que as discussões e iniciativas propostas ao longo dos próximos dias rendam frutos duradouros, fortalecendo o compromisso coletivo de garantir que cada morador de favela tenha acesso digno à saúde, independentemente de onde viva.
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