Aos dezessete anos, no final da década de 1980, Janaina Dutra iniciou sua trajetória como advogada e ativista, dedicando-se às causas LGBTI+ no Ceará, bem como às pessoas afetadas pelo HIV/Aids. Sua importância foi notável na fundação do Grupo de Apoio Asa Branca, destacando-se como uma das pioneiras ativistas travestis a dialogar com o Ministério da Saúde na criação de políticas públicas. Essa colaboração resultou no programa de enfrentamento às DSTs/Aids, concentrando-se na prevenção e assistência específicas para travestis e transexuais.
Janaina, nascida em Canindé (CE) em 30 de novembro de 1960, enfrentou desafios desde a infância, experimentando a homofobia no convívio social aos 14 anos, quando também descobriu sua sexualidade perante sua família. Ao longo dos anos, ela desempenhou papéis significativos, co-fundando o grupo em 1989, atuando como assessora jurídica e ocupando a vice-presidência em vários mandatos.
Destacando-se como uma das precursoras na luta pelos direitos jurídicos de travestis e transexuais no Ceará, Janaina contribuiu para o movimento da livre orientação sexual e identidade de gênero. Em 2010, sua vida foi retratada no filme “Janaína Dutra – uma Dama de Ferro”, produzido por Wagner de Almeida, e, em 2011, o Centro de Referência LGBT Janaína Dutra foi estabelecido em Fortaleza para proteger a população LGBT em situações de violência.
O legado de Janaina foi reconhecido em 2018, quando o Distrito Drag a homenageou durante a segunda edição do anuário Calendrag. No 61º aniversário da ativista, em 30 de novembro de 2021, o Google prestou homenagens por meio de um Doodle especial. No entanto, em 8 de fevereiro de 2004, aos 43 anos, Janaina Dutra faleceu vítima de câncer de pulmão, deixando um impacto duradouro e sendo lembrada como uma pessoa doce, com senso de humor refinado, e uma defensora incansável dos direitos LGBTI+.
Homenagem no Google