Anneliese Marie Frank, conhecida como Anne Frank, nasceu no dia 12 de junho de 1929 em Bergen-Belsen, foi uma adolescente alemã de origem judaica, vítima do Holocausto. Tornou-se uma das figuras mais discutidas da história após a divulgação póstuma do Diário de Anne Frank.
Anne Frank foi uma adolescente judia que viveu em Amsterdã, na Holanda, durante o período do Holocausto, ficou conhecida mundialmente após a publicação de O diário de Anne Frank, livro que narra os dois anos que ela e sua família passaram dentro de um esconderijo para tentar escapar da perseguição nazista durante a Segunda Guerra Mundial.
Nascida em 12 de junho de 1929, em Frankfurt, na Alemanha, era uma jovem descobrindo-se em plena adolescência. Muito estudiosa e apaixonada por livros, tinha como sonho tornar-se uma artista e escritora famosa. A família Frank era composta por quatro pessoas: Anne, seus pais, Otto Frank e Edith Frank, e a irmã, três anos mais velha, Margot Frank.
Aos quatros anos de idade a família de Anne decidiu que deveria sair da Alemanha para fugir dos ataques de Adolf Hitler contra os judeus. Inicialmente, Anne, sua irmã e a mãe ficaram na casa da avó materna, em Aachen, ainda na Alemanha, enquanto o pai Otto instalou-se na Holanda para recomeçar a vida.
A jovem judia era lembrada por sua vontade de viver, sempre extrovertida e estudiosa. Os professores costumavam repreendê-la pelo excesso de conversa, por ser “tagarela” e curiosa. No entanto, a jovem também cativava a todos, pois gostava de agradar aos amigos.
Na Holanda quando estudava na Escola Montessori demonstrou, desde o início, habilidades para a escrita. Apesar do talento, Anne sentia-se inferior à irmã, de acordo com vários relatos em seu diário. Anne considerava Margot muito inteligente, reservada e mais educada.
Em 1940, a Holanda foi invadida pelos nazistas alemães comandados por Hitler, e a população judaica do país começou a ser perseguida. O regime nazista impôs restrições aos judeus, como toque de recolher ao entardecer e proibição de frequentar os mesmos locais que os demais cidadãos. Por isso, Anne e sua irmã foram obrigadas a mudarem-se para uma escola específica para judeus.
Uma outra determinação feita pelo regime nazista foi obrigar os judeus a utilizarem uma Estrela de Davi amarela em suas vestimentas para que pudessem ser identificados. Anne também teve que usar uma.
O diário de Anne Frank
Em seu aniversário de 13 anos, Anne ganhou do seu pai com um caderno para anotações. Tinha uma capa vermelha, com alguns detalhes, e agradou tanto à adolescente, que fez dele seu diário, onde nas primeiras páginas datada em 14 de junho de 1942, ela conta sua rotina, fala sobre amizades, escola, família, a saudade da avó que faleceu durante o período, e narra também a invasão da Alemanha nos primeiros países.
O diário de Anne se tornou uma espécie de amiga, chegando a ser batizado por ela de Kitty, A partir deste dia, ela passou a referir-se ao diário com carinho. Veja parte do trecho em que Anne nomeia-o:
“Por tudo isso é que escrevo um diário. É para eu fazer de conta que tenho uma grande amiga. A este diário, que vai ser minha grande amiga, vou dar o nome de Kitty. ”
Nos meses seguintes, a garota começou a narrar o sentimento de medo que passou a sentir, ao lado de sua família, da situação de invasão dos alemães. Foi nessa época que ela relatou os planos da família para um esconderijo.
O esconderijo de Anne Frank
No dia 6 de julho de 1942, o anexo secreto, como ficou conhecido o esconderijo , recebeu a família de Anne. O espaço tinha três andares, e a entrada era feita por um escritório. No primeiro andar, havia dois quartos pequenos e um banheiro. Acima, havia uma sala grande com uma menor ao lado, na qual tinha uma escada que levava ao sótão. Para tentar garantir que o lugar não fosse descoberto, uma estante foi colocada na porta do esconderijo.
Anne voltou a escrever em seu diário, descrevendo a saída de casa, e relatou parte da fuga da família.
“Querida Kitty: Assim corremos debaixo da chuva, a mamãe, o papai e eu, cada um com uma pasta escolar e uma sacola de compras completamente cheia, sabe Deus com o quê. Os operários que iam para o trabalho nos olhavam. Bem se lia em seus rostos que tinham pena de nós por irmos tão carregados e por não nos deixarem andar nos bondes. A nossa estrela amarela no braço falava por si.”
Além da família de Anne, foram abrigados, dias depois, o casal Van Pels (Hermann e Auguste), com o filho Peter (personagem importante na história de Anne), e, alguns meses depois, Fritz Pfeffer, um dentista e amigo da família Frank, que dividiu quarto com Anne.”
O período de isolamento durou cerca de dois anos sem que as famílias saíssem às ruas, para evitar serem descobertas. Anne envolveu-se em um romance adolescente com Peter, relatando no diário o seu primeiro beijo. Para Kitty ela descreveu todos os seus sentimentos, dúvidas em relação ao amor e detalhes de como tudo aconteceu. Anne também contou que conversou sobre a relação com o pai, de quem era muito amiga e não gostava de esconder as coisas. Já com a mãe, Anne sempre teve muitos atritos, e as duas não tinham uma relação tão boa.
Os judeus capturados pelos alemães eram enviados imediatamente aos campos de concentração. Com a situação, as famílias tinham que regrar os mantimentos e, muitas vezes, faziam jejum, optando por qual refeição seria feita no dia. Os alimentos eram levados pelos amigos de Otto. Eles mantiveram o sigilo durante todo o período.
A última anotação de Anne para Kitty foi feita no dia 1º de agosto de 1944. A garota narrou então a luta que tinha para expressar-se e a forma como muitas vezes sentia que não era bem entendida pelas pessoas à sua volta. Veja as últimas palavras de Anne Frank para o diário:
“Quando me tratam dessa maneira, torno-me ainda mais impertinente, fico triste e, por fim, viro o meu coração do avesso, com o lado mau para fora, o bom para dentro, e continuo a procurar um meio para vir a ser aquela que gostaria de ser, que era capaz de ser, se… não houvesse mais ninguém no mundo. Sua Anne”
No dia 4 de agosto de 1944, o anexo foi descoberto. Não se sabe ao certo se houve denúncias ou se a polícia alemã chegou ao local por coincidência. Nunca foi comprovada nenhuma das versões.
Todos foram presos e levados para o maior campo de concentração da Holanda: Westerbork. Posteriormente, foram divididos para outras regiões. Edith Frank morreu no dia 5 de janeiro de 1945, em Auschwitz, na Polônia. Anne e a irmã Margot foram enviadas para Bergen-Belsen, na Alemanha, morreram provavelmente em março de 1945, com Tifo, e foram sepultadas como anônimas em valas comuns.