Com o apoio do Ministério das Mulheres, o 1º LesboCenso Nacional avança para a sua segunda fase, que consiste em entrevistar lésbicas de todos os Estados brasileiros sobre suas vivências.
O objetivo é produzir um estudo inédito que mapeie as realidades e demandas dessa população, que ainda sofre com a falta de dados oficiais e reconhecimento de seus direitos. As entrevistas semiestruturadas já estão em andamento e devem ser concluídas até dezembro de 2024.
O projeto é coordenado pela Secretaria Nacional de Articulação Institucional, Ações Temáticas e Participação Política (SENATP) do Ministério das Mulheres e conta com a parceria da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que ficará responsável pela execução descentralizada das atividades. O convênio entre as instituições foi assinado pela ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, e pela vice-reitora da UFPR, Graciela Ines Bolson de Muniz, no dia 5 de dezembro.
A iniciativa visa contribuir para o fortalecimento de redes de apoio e resistência às lésbicas no Brasil, que enfrentam diversos tipos de violência e discriminação. Além disso, espera-se que o estudo possa subsidiar políticas públicas voltadas para a garantia dos direitos humanos e do acesso à educação, à saúde, à moradia e outros serviços essenciais para esse grupo.
O Ministério das Mulheres ressalta a importância de gerar e disseminar informações confiáveis sobre as lésbicas no país, que são parte integrante da população LGBTQIA+. Essas informações podem ser úteis para organizações, redes e para o controle social e a defesa dos direitos dessa população. Entre outras políticas públicas específicas, em uma atuação colaborativa e mais assertiva.
O projeto receberá R$ 250 mil, que prevê a realização de 130 entrevistas em todo o território nacional. Os resultados serão publicados em um e-book e em artigos científicos.
O Fórum para a Promoção de Estratégias para a Autonomia Econômica e Cuidado, Enfrentamento à Violência e Articulação Institucional de Políticas Públicas para Lésbicas terá sua primeira reunião neste mês, organizada pelo Ministério das Mulheres. O objetivo é ampliar a participação política das lésbicas, ouvindo as demandas dos movimentos sociais e dialogando com outros ministérios que atuam na formulação de políticas públicas para esse grupo.
O Fórum também terá um papel importante na discussão de estratégias e ações para prevenir as violências contra as lésbicas, garantir seus direitos ao cuidado e ao atendimento, promover a igualdade de gênero e de orientação sexual e apoiar a realização de estudos diagnósticos sobre as realidades das lésbicas nos diferentes territórios brasileiros.
Sobre o 1° Lesbocenso Nacional
Iniciado há dois anos, o LesboCenso é a primeira coleta de informações sobre a situação de trabalho, educação, saúde, relacionamentos, relações familiares e redes de apoio de lésbicas em todas as regiões do país. O levantamento é feito pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) em parceria com a Liga Brasileira de Lésbicas e Mulheres Bissexuais (LBL), contando também com a Rede Nacional de Lésbicas e Bissexuais Negras – Candaces, Rede LésBi Brasil e Articulação Brasileira de Lésbicas (ABL). Na primeira fase do levantamento, foram consultadas 22 mil lésbicas em todas as regiões brasileiras, o que significou uma quantidade significativa de dados inéditos sobre o assunto.
Fonte: Ministério das Mulheres.