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Uma nova campanha eleitoral

Toda eleição sempre teve as suas particularidades, entretanto  desde 2020 temos várias novidades. A tendências mundial do uso de redes de internet, as restrições legais das configurações das campanhas eleitorais, as decepções e rejeição aos políticos – somadas as restrições impostas pela pandemia do covid-19 -, mudaram definitivamente a forma de se conseguir o voto da população.

As campanhas eleitorais tem que ter um tripé para que, no mínimo, sejam viáveis e existirem de fato: 1) estrutura organizacional, logística e financeira; 2) articulação e capilaridade social e 3) central de comunicação. Apesar de indivisibilidade, um sem o outro não gera o resultado necessário, a comunicação terá um papel maior em tempos de amplo uso de redes de internet e diante do isolamento social. Assim este setor ganha mais importância pois terá que ir para além das imagens e frases já tradicionais. A dinâmica e inovação da forma de falar à população estará sendo central para criar a empatia necessária e alcançar engajamento a fim de se disputar o voto.

Para quem está acostumado com as campanhas físicas, vamos fazer um exercício de correlacionar com os canais do mundo virtual. Assim, podemos referenciar que as equipes de panfletagem de rua – que serão ainda mais restritas pela possível contaminação pelo novo coronavírus -, serão substituídas pela panfletagem eletrônica. As milhares de cópias de material impresso distribuídas, serão trocadas por conteúdos de internet em sites ou redes sociais. O áudios de rádio pelos Podcasts e os programas de TV pelos vídeos nas redes de internet.

Destacamos que ainda os programas eleitorais de TV e Rádio terão muita importância, assim como a visibilidade dos adesivos de peito, perfurados de carros, bandeiras, entre outros. Mas hoje o alcance e engajamento são as novas panfletagens que podem ir para muito além das possibilidades do mundo físico.

Novamente fazendo um exercício de comparação, o número de panfletos distribuídos, corresponde ao alcance eletrônico. As pessoas que pegam os materiais, são as visualizações, e a assimilação do conteúdo seria o engajamento e interatividade.

Devido a brevidade das redes – que passam a um toque dos dedos -, para se panfletar, ou seja, alcançar o máximo de pessoas possíveis serão exigidas novidades constantes com diversos conteúdos diluídos em vários canais. Também será necessário o monitoramento mais minucioso e analise de resultados. Tudo será muito mais dinâmico e a correção de rumos terá que ser mais rápida.

Para aqueles que desejarem ter algum conteúdo de ideias e propostas em suas campanhas, para além das frases prontas e ‘patetização’ do processo eleitoral. A conjuntura local deve ser o principal assunto, mas continuará sendo necessário o entendimento dos temas nacionais para que estes sejam adaptados em conteúdo que gerem interesse e envolvimento. A empatia, o importância sobre o que as candidatas e candidatos vão expor nos discursos e propostas servirão para, além do voto, trazer o interesse do eleitorado em ir votar em em tempos de pandemia onde vários já declararam optar por pagar a multar de R$ 3,50 da Justiça Eleitoral pela ausência.

Ter assunto, propostas e pautas que sejam de interesse da população será o diferencial que, mesmo nas regiões onde a compra de voto predomina. Nesta eleição, definitivamente a amplitude das novas redes de comunicação gerarão fenômenos, ou melhor, surpresas eleitorais muito similares a que aconteceram em 2018.

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Adriano Dias

Jornalista militante e fundador da #ComCausa

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