Universidade Rural vai receber atividades para o Abril Verde em Seropédica

Nesta segunda-feira (24/03), representantes de movimentos sociais, terreiros de matriz africana, acadêmicos e gestores públicos iniciaram a organização do Abril Verde, evento que ocorrerá na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), em Seropédica. A iniciativa reforça o compromisso com a reparação histórica e a defesa dos direitos humanos no estado, em consonância com a Lei Estadual 9.301/21, conhecida como Lei do Abril Verde. Essa legislação estabelece abril como o mês dedicado à promoção da justiça social, da igualdade racial e ao combate ao racismo e à intolerância religiosa no Rio de Janeiro.

Marcado para o dia 10 de abril, a partir das 13h30, na UFRRJ, o evento se destaca por reunir o conhecimento acadêmico, a militância e as políticas públicas em um mesmo espaço. A reunião de organização contou com a presença de diversos atores sociais e institucionais, incluindo representantes de terreiros de matriz africana, movimentos sociais, professores e estudantes da UFRRJ em Seropédica, Frei Tatá, da Pastoral Afro, a Subsecretaria de Igualdade da Prefeitura de São João de Meriti, Adriano Dias, fundador da ComCausa, além de integrantes do mandato da deputada Renata Souza, autora da Lei Estadual 9.301/21.

Intolerância Religiosa na Baixada

A Baixada Fluminense, historicamente marcada por uma diversidade religiosa e cultural, tem enfrentado desafios crescentes em relação à intolerância religiosa. Comunidades de matriz africana, em especial, são alvos frequentes de ataques, ameaças e discriminação. Dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) do Rio de Janeiro indicam que, entre janeiro e setembro de 2024, foram registrados 72 casos de preconceito religioso no estado, sendo 39 classificados como ultraje a culto e 33 como intolerância religiosa. Estudos realizados em 2023 revelaram que 75% dos terreiros na Baixada Fluminense e na zona oeste do Rio já foram alvo de violência, apontando para uma possível subnotificação desses ataques.

O Abril Verde se insere nesse contexto como um espaço de articulação e visibilidade para essas questões, trazendo à tona a necessidade de políticas públicas efetivas e do fortalecimento das redes de apoio às comunidades atingidas. “É uma oportunidade de reconhecer essa luta e fortalecer a pauta”, destacou Frei Tatá, um dos participantes da reunião.

Segundo Adriano Dias, “O Abril Verde, além de reafirmar a contribuição histórica da população negra para a sociedade brasileira, também se torna um chamamento para a resistência e o fortalecimento das identidades culturais e religiosas”.

Lei estadual 9.301/21 determina que ‘O mês de abril, dedicado à promoção da justiça social, igualdade racial e ao combate ao racismo e à intolerância religiosa’, ganhará um grande destaque este ano com um evento na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), localizada em Seropédica. A iniciativa, que reúne movimentos sociais, academia e poder público, tem como principal objetivo reforçar o compromisso com as políticas de reparação e direitos humanos no estado do Rio de Janeiro.

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