Duas mulheres que foram vítimas de preconceito religioso por um motorista de aplicativo em Duque de Caxias estiveram na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), nesta terça-feira (2), para depor.
A comerciante Taís Fraga e sua sogra, que são do candomblé, estavam com trajes tradicionais do candomblé e chamaram um transporte por aplicativo no último sábado, dia 29 de abril, no município de Duque de Caxias, na região da Baixada Fluminense. A TV Globo divulgou uma filmagem de uma câmera de segurança que mostram quatro pessoas aguardando o veículo, sendo que três delas estavam vestidas com trajes tradicionais do candomblé.
As imagens mostram que ao chegar o carro, uma das mulheres, usando uma camisa branca e calça, abriu a porta do passageiro para entrar ao lado do motorista. Em seguida, uma das crianças, vestida com roupas tradicionais do candomblé, abriu a porta do passageiro atrás do motorista. Nesse momento, o motorista fez um gesto para a criança e para as outras pessoas, sugerindo que não as levaria. A avó das crianças, que estava entrando no carro, pulou do banco, e o motorista continuou a viagem sem levar os passageiros.
Depoimento na DECRADI
Taís expressou sua esperança de que sua denúncia não seja em vão e pediu respeito por sua fé. Ele também enfatizou que embora ela esteja disposta a aceitar um pedido de desculpas do motorista, ela observou que ele não mencionou nada sobre a religião.
Taís afirmou que o incidente a fortaleceu e encoraja outras pessoas a denunciar casos de intolerância. A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) está trabalhando para identificar o motorista e convocará a Uber para prestar depoimento. O caso foi encaminhado pela 59ª Delegacia de Polícia de Caxias. onde Taís fez o registro.
“Naquele dia, estamos indo pra uma festividade a Ogum, São Jorge na Igreja Católica. Se ele me pedisse desculpas, eu aceitaria. Ele pode ter errado, como errou. Mas, eu aceitaria as desculpas. Ele falou que não levaria a gente e não levou. Ele viu a minha sogra, mas quando nós viu se negou. Ele não falou sobre a religião. Mas, estava explícito. Isso só me fortaleceu mais ainda. Eu sempre fui em vários locais. Nunca aconteceu. Mas, isso me fortaleceu e vai fortalecer a gente mais ainda. Quem está passando por algum problema, venham aqui e denuncie”, acrescenta Taís em fala para o G1.
Família acusa motorista de aplicativo de intolerância religiosa
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