Em memória de Gabriel Pereira dos Santos e em protesto contra a violência policial, haverá um ato pacífico na Praça dos Direitos Humanos, em Nova Iguaçu, nesta sexta-feira, 23 de agosto, às 15h promovida pelos familiares e amigos de vítima. A OSC ComCausa estará presente, junto a outras organizações, para exigir justiça e promover uma discussão sobre a segurança pública na região.
“Este ato é uma demonstração clara de que a comunidade não ficará em silêncio diante da violência que tira a vida de nossos jovens. A morte de Gabriel Pereira dos Santos é mais um exemplo doloroso de como a abordagem policial precisa ser urgentemente repensada. Nos unimos não apenas para prestar solidariedade à família de Gabriel, mas também para exigir justiça e mudanças concretas.” – comentou o jornalista e fundador da ComCausa, Adriano Dias.
A Praça dos Direitos Humanos, fica na Via Light esquina com a Dom Walmor, que dá acesso ao cemitério e prefeitura de Nova Iguaçu. Mais infomações entrar em contato com a ComCausa: Rio +55 21 99957-3821 > Baixada 21 96942-1505 > Brasília: 61 8121-2514 > Imprensa 61 8121-2496
Relembre o caso
Gabriel Pereira dos Santos, de 24 anos, foi morto após ser atingido por um disparo na cabeça efetuado por um policial militar na manhã da última sexta-feira, 16 de agosto. O jovem foi abordado enquanto pilotava uma moto em manobras perigosas, segundo a Polícia Militar, na região de Vila de Cava, no início da estrada que dá acesso a Tinguá, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
Gabriel, que trabalhava no Centro de Referência de Assistência Social (Cras) da Vila de Cava, foi socorrido e levado ao Hospital Geral de Nova Iguaçu, conhecido como Hospital da Posse, mas já chegou sem vida, conforme informou a prefeitura local. O caso gerou grande comoção e revolta entre familiares, amigos e motociclistas da região, que rapidamente organizaram um protesto exigindo justiça.
O policial envolvido, Allan Mendes Rocha, é integrante do programa Segurança Presente, responsável por patrulhar a área onde o incidente ocorreu. Segundo a Secretaria de Governo, que gerencia o programa, o agente alegou que disparou ao perceber que Gabriel poderia avançar com a moto contra ele, justificando assim a ação como uma medida de autodefesa. No entanto, a versão do policial está sob investigação e ele foi preso preventivamente no final da sexta (16).
No sábado, 17 de agosto, Allan Mendes foi submetido a uma audiência de custódia, na qual a juíza Daniele Pires Lima decidiu pela conversão de sua prisão em preventiva, dada a gravidade do caso. A Corregedoria da Polícia Militar já iniciou a análise da conduta do agente durante a abordagem, e a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense conduzirá as investigações, que contarão com as imagens captadas pelas câmeras operacionais dos agentes no momento da ação.
O corpo de Gabriel foi sepultado na tarde do mesmo sábado no Cemitério Municipal de Nova Iguaçu, em uma cerimônia marcada por dor e emoção, com a presença de dezenas de pessoas, entre familiares, amigos e colegas de trabalho. Horas depois do sepultamento, um grupo de motociclistas realizou uma manifestação no local onde Gabriel foi baleado, expressando sua indignação e cobrando uma resposta rápida e justa das autoridades.
Em resposta, a Polícia Militar informou que a conduta do agente envolvido está sendo investigada pela Corregedoria, que avaliará a atuação durante a abordagem. Se forem constatadas irregularidades, o policial poderá ser afastado do Programa Segurança Presente. As imagens captadas pelas câmeras operacionais, que registraram a ação, serão cruciais para a investigação conduzida pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense.
A morte de Gabriel Pereira dos Santos reavivou debates sobre a violência policial e o comportamento das forças de segurança na Baixada Fluminense, uma região historicamente marcada por altos índices de violência e desigualdade social. O caso também reacendeu a desconfiança da população em relação às abordagens policiais, que, em muitos casos, são vistas como abusivas e desproporcionais.
As investigações prosseguem, e a sociedade civil, junto a organizações de direitos humanos, aguarda desdobramentos e uma resposta contundente que possa trazer justiça para a família de Gabriel e reduzir a tensão entre a população e as forças de segurança na região.
O crime destaca a tensão e a desconfiança existentes entre a população da Baixada Fluminense e as forças de segurança, em uma região historicamente marcada por altos índices de violência e lutas por direitos sociais. A morte de Gabriel dos Santos se junta a uma série de episódios que reforçam a necessidade de uma reflexão profunda sobre as práticas de segurança pública na área.
Caso Gabriel Santos: PM que matou jovem em abordagem é preso e terá prisão preventiva