Atuais companheiros ex são responsáveis por dois terços das agressões contra mulheres

Violência contra mulher

Um levantamento recente realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública trouxe à tona dados alarmantes sobre a violência contra as mulheres no Brasil, destacando-a também como uma questão de saúde pública e segurança coletiva.

De acordo com o estudo, 40% dos agressores são os atuais companheiros das vítimas, enquanto ex-parceiros são responsáveis por 26% dos casos. Somados, parceiros e ex-parceiros representam 66% das agressões, evidenciando que a violência de gênero ocorre predominantemente no âmbito das relações afetivas e familiares. Além disso, 57% das agressões acontecem dentro da própria casa, transformando o ambiente doméstico, que deveria ser um local de proteção, em um espaço de risco para as mulheres.

Os números revelam ainda uma tendência preocupante: os índices de violência de gênero atingiram o maior patamar desde 2017, quando parceiros e ex-parceiros eram responsáveis por 36,4% dos casos. Hoje, esse percentual saltou para 66%, indicando um aumento expressivo e uma escalada da violência doméstica no país. Esse crescimento reforça a necessidade de políticas públicas eficazes e integradas para enfrentar o problema.

Violência contra mulheres: uma questão de saúde pública e segurança coletiva

Esse cenário não apenas expõe a gravidade da violência de gênero, mas também a coloca como uma questão urgente de saúde pública. A violência doméstica tem impactos profundos na saúde física e mental das vítimas, gerando traumas, doenças crônicas, distúrbios psicológicos e, em casos extremos, mortes. A exposição constante à violência também afeta crianças e outros membros da família, perpetuando ciclos de violência e comprometendo o bem-estar de toda a sociedade.

A urgência de políticas públicas eficazes

Diante desse cenário alarmante, especialistas e ativistas reforçam a necessidade de políticas públicas eficazes e abrangentes para combater a violência de gênero. Entre as medidas prioritárias está o fortalecimento da rede de acolhimento, com a ampliação de abrigos, centros de referência e serviços especializados para atender mulheres em situação de vulnerabilidade.Outro ponto crucial é a expansão e melhoria das Delegacias da Mulher, que devem funcionar 24 horas e oferecer suporte jurídico e psicológico imediato às vítimas.

A autonomia econômica das mulheres também é vista como um fator essencial para romper o ciclo da violência. Programas de capacitação profissional e acesso ao mercado de trabalho são fundamentais para que as vítimas possam superar a dependência financeira, um dos principais obstáculos para deixar relacionamentos abusivos. Paralelamente, campanhas de conscientização são necessárias para informar a sociedade sobre os direitos das mulheres e os mecanismos de denúncia, promovendo uma cultura de respeito e igualdade.

A aplicação efetiva da Lei Maria da Penha, uma das legislações mais avançadas do mundo no combate à violência doméstica, também é um desafio que precisa ser enfrentado. Garantir que a lei seja plenamente implementada e que as vítimas tenham acesso à justiça e à proteção necessária é um passo fundamental para mudar essa realidade.

Para as mulheres que enfrentam situações de violência, existem canais de ajuda disponíveis. O Ligue 180, Central de Atendimento à Mulher, oferece orientação e acolhimento. Em casos de emergência, o Disque 190 aciona a polícia para intervenção imediata. Além disso, as Delegacias da Mulher e os Centros de Referência da Mulher são espaços especializados que fornecem assistência psicológica, jurídica e social.

Responsabilidade coletiva

A luta contra a violência doméstica e de gênero não é apenas uma questão individual, mas uma responsabilidade coletiva. É fundamental que toda a sociedade se mobilize para proteger as mulheres, denunciar agressões e apoiar as vítimas na busca por justiça e segurança. A violência contra as mulheres é uma violação dos direitos humanos e um problema de saúde pública que exige ações urgentes e coordenadas para ser enfrentado. A garantia de um ambiente seguro e acolhedor para todas as mulheres é essencial para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

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