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Memória: Ariane e Jéssica Oliveira

Em 23 de agosto de 2014, a Baixada Fluminense foi profundamente impactada pelo brutal assassinato das irmãs Jéssica Oliveira de Souza, uma cabeleireira de 23 anos, e Ariane Oliveira de Souza, uma estudante de apenas 18 anos. As jovens foram encontradas sem vida, abraçadas, em uma estrada de terra no Gogó da Ema, em Belford Roxo. A tragédia aconteceu após as irmãs saírem da casa noturna Rio Sampa, em Nova Iguaçu, um local que frequentavam regularmente, mas de onde não retornaram naquela noite fatídica.

Na madrugada de domingo, 24 de agosto de 2014, os corpos de Jéssica e Ariane foram encontrados com sinais de estupro e marcas de tiros. A Polícia Civil iniciou imediatamente as investigações, mas até hoje, os responsáveis por esse crime atroz permanecem impunes. Embora um suspeito tenha sido detido durante uma operação policial, as provas não foram suficientes para levar os criminosos à justiça.

A Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) ficou encarregada do caso e reconstituiu os últimos passos das irmãs. Testemunhas relataram que elas foram vistas pela última vez acompanhadas por três homens, capturados pelas câmeras de segurança da casa de shows Rio Sampa. Naquela noite de sábado, as irmãs foram assaltadas, tiveram seus celulares roubados, mas mesmo assim decidiram seguir com seus planos de diversão. O que aconteceu a seguir permanece um mistério.

O delegado Pedro Medina, então chefe da DHBF, ressaltou a importância dos depoimentos de familiares, testemunhas e amigos para o andamento das investigações. Infelizmente, mesmo com todos os esforços, as respostas definitivas nunca foram alcançadas. As irmãs foram sepultadas juntas no Cemitério de Belford Roxo, em um cortejo marcado por muita comoção e revolta, com a presença de dezenas de moradores de Heliópolis, onde residiam.

Jéssica deixou um filho de oito anos, que cresceu sem a presença da mãe e da tia, uma perda irreparável que marcou profundamente a família. A comunidade ainda espera por justiça, mantendo viva a memória das irmãs e a esperança de que, um dia, os culpados sejam identificados e responsabilizados.

Dez anos se passaram desde aquele terrível fim de semana, mas as lembranças e a dor continuam vivas na memória de familiares e amigos. Diego Oliveira, irmão das vítimas, compartilha com tristeza a rotina de sofrimento e indignação que a família enfrenta desde então. “Elas sempre estavam juntas, inseparáveis. Quando vi a notícia de que tinham encontrado dois corpos abraçados, eu soube que eram elas. Era o jeito delas, sempre cuidando uma da outra,” relembra Diego.

A cada aniversário dessa tragédia, a família de Jéssica e Ariane rememora as jovens cheias de vida e sonhos, que tiveram suas vidas brutalmente interrompidas. Dez anos depois, a busca por justiça persiste, com a ComCausa ao lado da família, mesmo diante do silêncio e da dor que jamais cessaram.

A ComCausa acompanhou o caso de perto, oferecendo suporte e apoio à família e continua destacando a necessidade de justiça e a importância de se combater a impunidade na Baixada Fluminense.

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João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa