Caso Marielle: sobrevivente do atentado lembra impacto do crime em sua vida

Fernanda Chavez e Marielle Franci

No primeiro dia do julgamento dos ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, acusados pelo assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, a jornalista Fernanda Chaves, sobrevivente do atentado e ex-assessora de Marielle, compartilhou seu relato sobre o ataque que mudou sua vida completamente. Fernanda, que teve que deixar o país com sua família e explicar para sua filha o que é “assassinato”, lembrou os últimos momentos de vida de Marielle e Anderson.

Segundo Fernanda, enquanto ela e Marielle estavam distraídas com seus celulares, uma rajada de tiros foi disparada em direção ao carro. “Eu me abaixei instintivamente e vi o carro ser atingido. Anderson exclamou um suspiro de dor e logo vi seus braços caírem. Marielle estava imóvel ao meu lado, com o corpo caído em mim”, contou a jornalista, relembrando o momento de horror e confusão.

Fernanda também descreveu como foi viver sob um impacto tão intenso: “Saí do Rio de Janeiro escoltada, abaixada no carro, tentando proteger minha filha. Minha vida mudou para sempre; fui forçada a sair do país e nunca pude retornar ao nosso lar na Tijuca.” Ela também contou à Justiça sobre as dificuldades em lidar com o trauma e com a pergunta da filha, que, sem entender, questionou: “Mamãe, o que é assassinato?”

Além do testemunho emocional, Fernanda também relembrou a dedicação de Marielle ao trabalho pelos direitos humanos e pela moradia digna. Ela destacou que Marielle nunca havia mencionado sentir-se ameaçada, apesar de seu ativismo comprometido com a Comissão da Mulher e a causa das comunidades menos favorecidas. Fernanda lembrou o quanto Marielle se preocupava em conciliar sua vida política com o tempo para sua família, tendo um acordo com a esposa, Mônica Benício, de estar em casa no máximo até às 21h.

A ComCausa, uma das organizações presentes no acompanhamento do caso, reforçou a importância de assegurar justiça para Marielle e Anderson e de preservar o legado de luta pelos direitos humanos, a que Marielle tanto se dedicou. A entidade, que atua na promoção de ações de combate à violência e defesa da cidadania, reiterou seu apoio à família e aos amigos, enfatizando que a memória de Marielle se mantém viva em cada luta e projeto social que busca a justiça e a igualdade.

Este julgamento representa mais um passo na luta pela verdade, enquanto organizações como a ComCausa, amigos e familiares de Marielle continuam exigindo que os responsáveis pelo crime sejam punidos. A participação e mobilização da sociedade civil se mostram essenciais para que histórias como a de Marielle e sua trajetória de defesa dos direitos humanos permaneçam como exemplo de resistência e busca por um país mais justo.

Assista o julgamento ao vivo:

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