Caso Marielle: “eu não cheguei até aqui rezando sozinha” diz mãe da vereadora

Marinete mãe da Marielle

No primeiro dia do aguardado julgamento dos ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, acusados pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, em 2018, Marinete Silva, mãe de Marielle, trouxe ao tribunal uma fala carregada de emoção e esperança. “Eu não cheguei até aqui rezando sozinha,” disse Marinete, em referência à longa caminhada de luto e busca por justiça que vive ao lado de familiares, amigos e apoiadores.

Durante seu depoimento, Marinete destacou a importância de Marielle como filha, mãe, defensora dos direitos humanos e cidadã comprometida com a transformação social. Ela contou sobre o cotidiano de Marielle, lembrando que, apesar das lutas e desafios da vida pública, a vereadora era profundamente dedicada à família. “Ela era uma mulher que estava sempre por perto, amando e cuidando. Como mãe, Marielle não apenas educava, mas ensinava pelo exemplo, e isso é o que dói: ver uma mulher que defendia os direitos dos outros ser silenciada dessa maneira.”

A força de Marielle na luta pelos direitos humanos
Marielle Franco era conhecida por seu trabalho incansável na defesa dos direitos das minorias e por lutar por uma sociedade mais justa e inclusiva. Com uma trajetória marcada pela força e empatia, ela se destacou na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro e, como relembrou Marinete, “fez disso a missão de sua vida.” A mãe da vereadora lembrou que a presença de Marielle não se limitava à política: ela era uma mulher comum que buscava dias melhores para todos, especialmente para os moradores das comunidades cariocas.

“Marielle viveu pela paz, pela inclusão e pela dignidade de todos. Era minha filha, mas era também uma mãe amorosa, que acreditava que o amor e a empatia são as maiores forças que temos,” disse Marinete.

Apoio contínuo e esperança de justiça
Na declaração emocionada, Marinete mencionou o apoio constante que tem recebido ao longo dos anos desde a perda de Marielle. “Eu não estou aqui sozinha. São muitas mãos e corações que oram e que têm fé de que a justiça será feita. Isso me dá força para enfrentar esse julgamento.” Além de familiares, a mãe da vereadora agradeceu aos movimentos sociais, ativistas e cidadãos que, ao lado do Instituto Marielle Franco, têm mantido viva a memória e a luta por justiça.

O julgamento dos acusados está sendo acompanhado de perto por diversas organizações de direitos humanos e representantes da sociedade civil, que esperam que a justiça seja finalmente feita e que os responsáveis sejam punidos de acordo com a lei.

Sete anos de luta e resistência
Quase sete anos após o assassinato de Marielle, o julgamento representa um marco na luta contra a violência e pela proteção de defensores dos direitos humanos no Brasil. Marinete e sua família, ao relembrarem Marielle como filha, mãe e defensora do povo, reafirmam a importância de resistir à opressão e de manter viva a esperança por um futuro mais justo.

“Acredito que este é um momento decisivo, não apenas para mim e minha família, mas para o Brasil. A luta da minha filha é a nossa luta, e a nossa esperança é que essa batalha possa servir de exemplo para que outras famílias não sofram como nós,” finalizou Marinete, em um chamado para que a justiça não apenas seja feita, mas também inspire mudanças profundas na sociedade.

Assista o julgamento ao vivo:

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