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Dia do Poeta de Literatura de Cordel

Hoje celebramos o Dia do Poeta de Literatura de Cordel, uma data que ressalta a importância e o encanto da poesia de cordel e dos poetas cordelistas.

A poesia de cordel possui um lugar especial na memória e imaginação das crianças, quase como lendas vivas que apreciamos através de folhetos e trovadores cordelistas.

Essa forma tradicional de poesia brasileira, com raízes históricas que remontam ao século XIX, conquistou corações ao longo dos anos. Os poemas eram originalmente impressos em pequenos panfletos e pendurados em cordéis nas feiras, daí o nome “cordel”. Essas obras contam histórias de lendas locais, eventos históricos e contos populares, e têm uma forte tradição oral, especialmente na região nordeste do Brasil.

Ao longo do tempo, é possível que o reconhecimento e a valorização da literatura de cordel e de seus poetas tenham crescido ainda mais, podendo ter sido objeto de homenagens e celebrações em âmbito local ou regional. Para obter informações atualizadas sobre essas iniciativas e eventos, recomendo consultar instituições culturais brasileiras, organizações relacionadas à literatura ou os calendários oficiais do governo. Vamos apreciar e honrar a riqueza cultural desses talentosos poetas e suas obras que encantam gerações.

Mestre Azulão, o pássaro Azul, saiu da Paraíba para criar raízes nas terras de Japeri

José João dos Santos, conhecido como Mestre Azulão, foi um talentoso cantor, compositor, poeta, cordelista e repentista brasileiro, nascido em Sapé em 8 de janeiro de 1932, e falecido em Japeri, no Rio de Janeiro, em 12 de abril de 2016, aos 84 anos.

Aos 17 anos, ele deixou sua cidade natal, Paraíba, e partiu para o Rio de Janeiro durante a década de 40. Inicialmente, trabalhou como pedreiro e porteiro, mas foi com suas cantorias e versos que ganhou reconhecimento, adotando o nome artístico Mestre Azulão. Um dos destaques de sua carreira foi ser um dos fundadores da tradicional Feira de São Cristóvão, no Rio de Janeiro, que mais tarde foi renomeada como Centro de Tradições Nordestinas. Em 2014, ele era o único fundador ainda vivo e o cordelista mais antigo da feira. Apesar de ter concluído apenas o ensino primário, Mestre Azulão acreditava que a arte não se restringe aos ensinamentos escolares.

Ao longo de sua vida, ele lançou mais de 400 livros de literatura de cordel, tornando-se um nome de destaque no cenário cultural. Suas apresentações foram realizadas em inúmeras universidades tanto no Brasil como no exterior, além de ter uma barraquinha na feira onde vendia seus cordéis em grande quantidade.

Durante a ditadura civil-militar na década de 1960, enfrentou repressão e censura devido ao caráter contestador de seus versos em relação ao regime vigente. Em 2007, lançou o livro “A feira nordestina, foi assim que começou”, pela Tupynanquim editora, no qual narra a história da criação da Feira de São Cristóvão. Em 2011, publicou o livro “Contos e Cantos da Feira”, da série Etsedron-Nordeste ao contrário. Seu legado é um testemunho valioso da rica cultura nordestina e de sua contribuição para a literatura de cordel no Brasil.

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Adriano Dias

Jornalista militante e fundador da #ComCausa