Dia internacional da solidariedade da pessoa detenta ou desaparecida

SMS crianças desaparecidas

Hoje, 25 de março, é comemorado o Dia Internacional da Solidariedade da Pessoa Detenta ou Desaparecida, uma data importante para sensibilizar a sociedade sobre a situação desumana enfrentada por aqueles que estão encarcerados, além da angústia que milhares de familiares e amigos vivenciam ao lidar com o desaparecimento de entes queridos. A data tem o objetivo de chamar a atenção para as violações de direitos humanos no sistema penitenciário e a dor de quem busca respostas sobre o paradeiro de pessoas desaparecidas.

O desaparecimento de uma pessoa é uma situação que gera dor, sofrimento e incerteza. Quando isso ocorre, é fundamental que os parentes ou amigos procurem imediatamente as autoridades competentes para o registro de um Boletim de Ocorrência e para o início das investigações e ações necessárias para localizar a pessoa. O mais rápido possível, os envolvidos devem fornecer informações detalhadas, como uma foto recente da pessoa desaparecida, para facilitar a busca e aumentar as chances de sucesso.

Além disso, ao lidar com o desaparecimento de crianças, é importante tomar precauções para evitar que elas se percam. Ensinar as crianças a não conversar ou acompanhar pessoas estranhas é uma medida preventiva importante. Orientá-las a lembrar o nome dos pais e fornecer um telefone de contato em caso de perda de contato pode ser crucial. Outra dica útil é colocar etiquetas nas roupas e pertences das crianças com informações de contato dos responsáveis, para facilitar a localização e o retorno seguro.

O Dia Internacional da Solidariedade da Pessoa Detenta ou Desaparecida também nos lembra da necessidade de promover a dignidade humana e os direitos dos indivíduos, sejam eles encarcerados ou desaparecidos. Devemos continuar trabalhando para que os direitos de todas as pessoas sejam respeitados e que ninguém seja deixado para trás. A solidariedade é um compromisso de todos, e a busca por justiça e respostas não pode parar.

O desafio dos desaparecidos no Brasil

Hospitais e instituições de acolhimento frequentemente recebem pessoas que não conseguem fornecer informações sobre suas identidades, seja por condições de saúde, vulnerabilidade social ou outros fatores. Enquanto isso, muitas famílias permanecem em busca de respostas sobre o paradeiro de seus entes queridos. A falta de identificação adequada dificulta a resolução desses casos, prolongando o sofrimento de familiares e a invisibilidade dessas pessoas.

A segurança pública já dispõe de protocolos específicos para a identificação humana, mas a disseminação dessas diretrizes entre as equipes de saúde e assistência social é fundamental para agilizar o processo. A segunda fase da mobilização visa justamente capacitar esses profissionais, garantindo que eles saibam como agir ao se depararem com casos de pessoas sem identidade conhecida.

Como funciona o processo de identificação

Ao acolher uma pessoa sem identidade conhecida, o gestor da instituição deve entrar em contato com o ponto focal da sua localidade, um profissional vinculado à segurança pública que fornecerá as orientações necessárias e encaminhará o caso aos órgãos competentes. A lista de contatos dos pontos focais de cada estado e do Distrito Federal está disponível no site da mobilização.

O processo de identificação segue um protocolo rigoroso. Inicialmente, são coletadas impressões digitais e fotografias da pessoa acolhida. Essas informações são comparadas com bancos de dados civis estaduais, distrital e nacional. Caso a identidade não seja confirmada por meio das digitais, o próximo passo é a coleta de material genético (DNA). Uma equipe especializada é acionada para coletar amostras biológicas, que serão analisadas e confrontadas com os bancos de dados genéticos existentes.

A coleta de DNA só é realizada após a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido por um representante da instituição. Essa medida visa garantir a ética e a transparência do processo, respeitando os direitos das pessoas acolhidas.

Etapas da mobilização nacional

A Mobilização Nacional de Identificação de Pessoas Desaparecidas está estruturada em três etapas. A primeira fase, iniciada em agosto de 2024, focou na coleta de amostras de DNA de familiares de pessoas desaparecidas, realizada em quase 300 pontos de coleta em todo o país. Embora essa etapa tenha sido concluída, a coleta de amostras continua ao longo do ano.

A segunda fase, que começa agora, concentra-se na identificação de pessoas vivas com identidade desconhecida que estejam acolhidas em instituições de saúde e assistência social. Já a terceira e última etapa, prevista para 2025, terá como foco a análise de impressões digitais de pessoas falecidas não identificadas, comparando-as com os registros existentes nos bancos de dados biométricos.

Um chamado à sociedade

A iniciativa do MJSP é um chamado não apenas aos profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Sistema Único de Assistência Social (Suas), mas a toda a sociedade. A identificação de pessoas desaparecidas é um desafio complexo que requer a colaboração de diversos setores. Com a união de esforços, é possível reduzir o número de desaparecidos no país e devolver a esperança a milhares de famílias que aguardam por notícias de seus entes queridos.

A mobilização reforça o compromisso do governo federal com a garantia de direitos e a proteção da dignidade humana, mostrando que nenhuma pessoa deve permanecer sem identidade ou sem a possibilidade de reencontrar sua família.

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