Uma pesquisa em 3.385 municípios brasileiros, com cerca de 112 milhões de habitantes, mostrou que 979 municípios (28,9%) enfrentam falta de médicos na atenção primária. No entanto, a maioria (71,1%) dos municípios não relatou falta desses profissionais. Os principais problemas para contratar médicos são a carga horária semanal (47,5%), o salário oferecido (39,1%) e a falta de recursos financeiros (33,9%).
Os médicos também enfrentam dificuldades com a carga horária semanal de 40h, o que limita sua capacidade de trabalhar em outros projetos e afeta o atendimento em várias regiões do país.
Para resolver o problema, a maioria dos entrevistados adotou processos seletivos (29,6%), seguidos de editais de chamamento público para contratação de médicos (15,9%) e empresas prestadoras de serviços (14,5%).
A pesquisa concluiu que cerca de 29% dos municípios brasileiros sofrem com a falta de médicos, prejudicando a rede pública de saúde. Destes, 55% correm o risco de desabilitação de equipes de atenção primária por falta de profissional há mais de 90 dias. As regiões Norte e Nordeste são as mais afetadas pelo problema. O Programa Mais Médicos é responsável por 36% das faltas na região Norte, enquanto o Programa Médicos pelo Brasil afeta principalmente a região Centro-Oeste.
