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Interrogatório de Jairinho durou sete horas

Nesta segunda-feira (13) o ex-vereador Dr. Jairinho prestou depoimento por ser horas à 2° Vara Criminal do Rio de Janeiro. Jairo Souza Santos Júnior trouxe a sua versão do que teria acontecido na noite em que seu enteado o menino Henry Borel faleceu.

Jairinho se defendeu das acusações alegando ter tipo um “apagão” e divertiu do depoimento de Monique Medeiros. “Ela [Monique] é uma supermulher, dava conta de tudo, comandava a casa, as empregadas. Ela era dona da casa, sim, era uma mulher autodeterminada. “Ao negar acusação de Monique de que a relação do casal fosse abusiva. Ainda sobre a relação com a Monique ele disse “Não tenho uma vírgula para falar da Monique, como mãe e como mulher.”

O ex-vereador também se diz inocente das acusações sobre ter assassinado enteado: “Quem é o ser humano que é capaz de fazer mal a uma criança? Existe? Existe, eu sou médico já vi acontecer diversas vezes, mas esse não é o meu perfil. Essa roupa não me cabe.” “Eu sou inocente, não fiz nada com o Henry. Eu não sou culpado disso que estão me acusando. “Sobre ter matado o enteado.

Sobre as lesões no menino Jairinho afirmou que “O atendimento médico foi feito de maneira equivocada.” A defesa de Jairo contesta o laudo do perito, em determinado momento ele diz. “Eu peço socorro para os senhores. Tenho certeza que o perito sabe ler esse raio x. Pela vida dos meus filhos, ele sabe que o que cometeu aqui é crime” referência aos supostos erros cometidos pelo perito responsável pela necropsia do corpo do menino.

O interrogatório também foi marcado por momentos de discussão e msóginia por parte dos advogados de Jairo, a ponto da juíza Elizabeth Louro dizer Nós mulheres estamos acostumadas com misoginia, isso é claramente misógino, não merece nem um comentário. Achei deselegante, mas tão pobre que não vou nem me manifestar. É mais uma manifestação misógina à qual estou mais do que acostumada.” Entre as partes também houve discussão. Desequilibrado e sem noção. Tá se babando todo garoto, para de babar. “Cláudio Dalledone, advogado de Jairinho, em briga com defensor de Monique.

Agora cabe a magistrada decidir se o julgamento vai a júri popular, o pai do menino Henry, Leniel Borel, continua pedindo por justiça.

A juíza e os advogados de Jairinho discutem durante audiência nesta segunda-feira (13), a discussão entre eles durou cerca de 30 minutos.

Após várias audiências do caso do menino Henry, finalmente nesta segunda, dia 13 de junho, foi feito novo interrogatório de Jairo Souza Santos Júnior, o Dr Jairinho, no 2º Tribunal Criminal de Justiça do Rio. Logo no inicio da sessão, houve uma tentativa de afrontar a juíza Elisabeth Machado Louro, quando os advogados do ex-vereador ficaram de pé durante o interrogatório: “Estou me sentindo afrontada, se não sentar, nós não vamos continuar” – afirmou a magistrada – “Achei tão deselegante e pobre, mas que não vou nem me manifestar. É mais uma manifestação misógina”. disse a Elisabeth Machado Louro.

Preso há mais de um ano, Jairinho foi ouvido pela segunda vez. Ele e Monique Medeiros são réus pela morte de Henry Borel. A mãe do menino está em regime domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica desde 4 de abril.

Em depoimento, Jairinho questionou mais uma vez o laudo oficial feito pelo perito Leonardo Tauil. Ele explica que um dos laudos consta que Henry teve uma laceração hepática de grau 6, massiva, mas no sétimo laudo, descreve um lesão no órgão de 4cm de 1 a 2 cm de profundidade, o que corresponderia a uma lesão de grau 2, cujo tratamento, segundo Jairinho, seria repouso.

“Eu não fiz isso. Sou uma pessoa incapaz de gritar com os meus filhos”, disse Jairinho, mais uma vez, negando envolvimento na morte de Henry.

A expectativa dos familiares do menino é que depois de ouvir o ex-vereador, a juíza Elizabeth Machado Louro, decidirá se Monique e Jairo irão para júri popular. “Após essas audiências, vai acontecer a sustentação dos advogados e na sequência a pronúncia ou não da juíza”, diz Leniel Borel, pai de Henry.

Após este interrogatório, será aberto prazo de cinco dias para o Ministério Público, o mesmo período em seguida, para os advogados assistentes da acusação, e as defesas de Monique e Jairinho, para ara os pedidos de providências antes do julgamento e a apresentação das chamadas alegações finais, onde cada um vai apontar os últimos argumentos à juíza que vai decidir se eles vão a júri popular.

Meu filho foi uma vítima fatal da alienação parental

Na audiência da instrução do caso, no Tribunal de Justiça do Rio de janeiro no último dia 09 de fevereiro, Leniel falou que lutará todos dias por justiça pelo filho: “Gastarei todas as forças e recursos que eu tiver para que seja feita a justiça”. Leniel coutou que Monique tinha ameaçado fazer denuncia na lei Maria da Penha para afasta-lo do filho caso ele continuasse questionando o medo da criança dela e de Jairinho. “Eu sou vítima de alienação parental e meu filho é uma vítima fatal”, disse Leniel Borel.

Mãe e ex-vereador acusados são os acusados da morte de Hanry

Segundo o Ministério Público do Rio, o ex-vereador do Rio de Janeiro, o médico Dr. Jairinho, namorado de Monique Medeiros, mãe de Henry, agredia o menino com chutes e pancadas na cabeça. Atitude era de conhecimento de Monique e de sua família conforme contou Henry Borel, pai do menino. A violência vinha acontecendo desde que o casal passou a morar juntos e na madrugada do dia 07 para 08 de março, o menino foi levado para o hospital, mas já chegou morto, Henry tinha quatro anos.

O laudo médico apontou que a criança teve hemorragia interna e “laceração hepática, provocada por ação contundente”, e que o corpo da criança apresentava equimoses, hematomas, edemas e contusões que indicam traumas anteriores à morte. No dia 8 de abril de 2021, Jairinho e Monique foram presos acusados de homicídio triplamente qualificado.

Jairinho e Monique caso Henry

Monique e Jairinho são réus no processo sobre a morte do menino Henry Borel.

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João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa