Memória: Nascimento de Hilário Dick o Amante das Juventudes
Nasceu em Santa Cruz, Rio Grande do Sul, no dia 12 de maio, padre Jesuíta, dedicou sua vida as juventudes e aos pobres, Em 1981, Dom Cláudio Hummes (presidente da CNBB na época), à procura de alguém que pudesse fazer o serviço de assessoria à Conferência no setor juvenil, convidou Hilário para ir para Brasília fazer este trabalho onde ficou até 1983.
Hilário Dick trabalhou como assessor pastoral da CNBB entre 1981 e 1983, do Movimento Internacional dos Estudantes Católicos e da Juventude Estudantil Católica Internacional MIEC-JECI, e na Comissão Nacional de Assessores da Pastoral da Juventude Estudantil, entre 1986 e 1989.
Em 1991 assumiu como coordenador e membro da Equipe Executiva do Instituto de Pastoral da Juventude IPJ em Porto Alegre, atuando até o ano 2001. Atuou incessantemente como pesquisador da realidade juvenil, destacando sua atuação no Observatório Juvenil do Vale Unisinos, entre 2004 e 2016.
Em sua vida publicou diversos livros que partiam da sociologia, dos aspectos teológicos e das orientações pastorais para o trabalho com juventude. Entre eles destacamos, de sua autoria ou que participou como co-autor: “Na busca de ser – a angústia de não ser” (1977); “Deus é devagar” (1978); “Juventude faz História – Pastoral da Juventude no Rio Grande do Sul 1983 – 1993” (1995); “O Caminho se faz – História da Pastoral da Juventude no Brasil” (1999); “Gritos silenciados, mas evidentes – os jovens construindo juventude na história” (2003); “Mística do acólito da juventude; Acompanhamento, Juventude e Construção de Autonomia” (2008); “Civilização do Amor – tarefa e esperança” (1997); “O Divino no Jovem – Reflexões sobre a Teologia do Jovem” (1997); “Cartas a Neotéfilo” (2003); “Cartas de Francisco aos Jovens” (2013); “Silêncios e barulhos da juventude latino-americana” (2015).
Alguém poderia explicar Se o ser amado cansa?– Claro que sim! Claro que não! É por isso que custou adormecer ontem…
(A Vida, Hilário Dick)
Hilário Dick foi graduado em Teologia pela Pontifícia Faculdade do Colégio Máximo Cristo Rei, e em Filosofia e em Letras pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos. Mestre e doutor, também em Letras, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, e coordenador do Observatório Juvenil do Vale/Unisinos. Assessor das Pastorais da Juventude e uma das principais referências como estudioso/pesquisador e apoiador das lutas sociais da juventude latino-americana.
No dia 3 de março de 2020, morreu padre Hilário Henrique Dick, amante das juventudes.
SENSIBILIDADE – Hilário Dick, sj
Não tenho vergonha de confessar que estou sensível, muito sensível.As causas podem ser a idade que vivo (no caminho dos 78 anos), a forma como vi brasileiros se comportarem nas eleições deste ano (1º e 2º turnos), o suicídio de adolescentes perto do meu nariz, o tratamento brutal e selvagem que adolescentes recebem em muitos lugares, a conjuntura da morte de um colega meu, desde os anos de 1950, certa maneira como se deseja viver a afetividade por parte de meninos e meninas, moços e moças,
a falta de encantamento pela vida da sociedade em geral, a incapacidade que os cristãos estão tendo de seduzirem para a vida e a justiça, a grosseria dos que não querem compreender que os pobres não são vagabundos, a falta de alegria que uma parte da sociedade sente em ver muitos pobres saírem da miséria e poderia prosseguir muito e por muito tempo esta ladainha tristonha das motivações de uma sensibilidade que vivo.
Acho que não minto se digo que tudo isso é indignação. Não me engano, contudo, porque dessa indignação brota igualmente muita poesia. Aliás, apesar de a profecia levar, muitas vezes, à morte, não há profecia que não seja poética.