Referência em pesquisas sobre o neonazismo no Brasil, a antropóloga Adriana Dias, faleceu em um domingo, dia 29 de janeiro de 2023.
Doutora em Antropologia Social pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Adriana Dias era membro da Associação Brasileira de Antropologia (ABA) e da American Anthropological Association (AAA). Ela foi reconhecida como uma das maiores autoridades em neonazismo no país, dedicando mais de 20 anos de sua vida à pesquisa sobre o tema. Sua tese de doutorado, “Observando o ódio,” foi um marco em suas investigações, abrangendo análises de sites, blogs, fóruns e comunidades neonazistas na internet, além de documentos e atividades não digitais.
Além de seu trabalho acadêmico, Adriana Dias era uma militante pelos direitos das pessoas com deficiência. Em 2021, ela foi responsável por encontrar uma carta assinada por Jair Bolsonaro em sites neonazistas, publicada originalmente em 2004. A descoberta, que veio à tona através do The Intercept Brasil, serviu para aprofundar o entendimento de que o bolsonarismo está atrelado à ideologia neonazista.
“A partir da descoberta dessa carta, olho todos os finais de entrevista desse governo por outra ótica. Ele tem de fato um vínculo [com os neonazistas] desde 2004”, afirmou Dias em entrevista concedida em agosto de 2021.
Seu trabalho de pesquisa também identificou mais de 500 células neonazistas espalhadas pelo país, que reúnem um universo que pode chegar a até 10 mil pessoas.
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Fonte: Ministério de Direitos Humanos e da Cidadania
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