A Antra divulgou hoje um relatório que destaca um preocupante aumento no número de assassinatos de pessoas trans no Brasil. Em 2023, foram registradas 145 mortes, um acréscimo de 14 em relação ao ano anterior, resultando em uma média de um assassinato a cada três dias. De maneira alarmante, o Brasil mantém sua triste liderança no ranking mundial de assassinatos de pessoas trans pelo 15º ano consecutivo, superando o México e os Estados Unidos, com 321 mortes contabilizadas globalmente em 2023.
A maioria das vítimas (94%) identificava-se como mulheres trans/travestis, sendo predominantemente pretas ou pardas (72%) e com idades entre 18 e 29 anos (34,5%). Um dado angustiante é que 57% das vítimas estavam envolvidas na prostituição, e 54% foram vítimas de assassinatos com requintes de crueldade.
O relatório destaca a ausência de ações concretas por parte dos governos no combate à transfobia. Mesmo com anúncios anteriores indicando a unificação dos campos “nome de registro” e “nome social”, bem como a eliminação do campo “sexo”, a nova carteira de identidade nacional manteve tais distinções.
Bruna Benevides, autora do dossiê, ressalta a urgência de posicionamentos firmes por parte de diversos setores da sociedade em relação à situação das pessoas trans e travestis no Brasil. A necessidade de medidas eficazes para combater a violência e promover a igualdade é evidente diante do cenário alarmante apresentado pelo relatório da Antra.