Queimados realiza eventos pelos 20 anos da Chacina da Baixada

Chacina da Baixada 18 anos

A Câmara Municipal de Queimados realizará, hoje dia 31 de março de 2025, um evento público em memória das vítimas da Chacina da Baixada, marcando os 20 anos de uma das maiores tragédias da história do Rio de Janeiro. A iniciativa, proposta pela organização social ComCausa com o apoio do vereador Professor Catellano e da presidência da Câmara, tem como objetivo homenagear as vítimas, reforçar a luta por justiça e promover reflexões sobre segurança pública e direitos humanos na Baixada Fluminense.

A partir das 16h, na Praça Nossa Senhora da Conceição, será realizado um ato público com a instalação de um memorial temporário, exposição de cartazes, acendimento de 30 velas em homenagem às vítimas e leitura solene de seus nomes. Familiares e participantes também terão espaço para depoimentos sobre a luta por justiça e memória.

Às 18h, a programação segue no Auditório da Câmara Municipal de Queimados, com o apoio do vereador Professor Catellano, com a solenidade “20 Anos da Chacina da Baixada: O que mudou?”. O evento contará com mesas de debate que abordarão o histórico da chacina, os desafios nas investigações e a conjuntura da segurança pública nos últimos 20 anos. Um dos debates, intitulado “Segurança Pública na Baixada Fluminense: Avanços e Desafios”, discutirá dados sobre violência na região, políticas públicas e propostas para a redução da criminalidade. Segundo o vereador Professor Catellano, um dos articuladores da iniciativa, “é fundamental manter viva a memória das vítimas e discutir ações concretas para prevenir a violência e garantir segurança à nossa população”.

Na noite de 31 de março de 2005, um grupo de policiais militares desencadeou uma série de homicídios nas cidades de Nova Iguaçu e Queimados, na Baixada Fluminense. Ao todo, 30 pessoas foram baleadas, resultando em 29 mortes, entre elas jovens e crianças. Considerada a maior chacina da história do estado do Rio de Janeiro, o episódio chocou o Brasil e ganhou repercussão internacional, tornando-se um símbolo da violência policial e da impunidade. Alguns dos responsáveis foram condenados, com penas que ultrapassam 500 anos de prisão, mas o caso ainda reflete os desafios da violência institucional no país.

A Chacina da Baixada impulsionou mobilizações sociais e se consolidou como um marco na luta contra a violência de Estado. Duas décadas depois, a data segue viva na memória da população como um lembrete da necessidade de políticas públicas eficazes e da garantia dos direitos humanos.

O evento reunirá familiares das vítimas, ativistas de direitos humanos, autoridades públicas, representantes do Poder Judiciário, forças policiais e membros da sociedade civil. A programação incluirá homenagens, depoimentos e debates sobre os impactos da chacina e os caminhos para um futuro mais seguro na região. A ComCausa, parceira na organização, destaca o caráter reflexivo e propositivo da iniciativa, que buscará elaborar propostas para a segurança pública municipal. A expectativa é que o debate contribua para a construção de uma sociedade mais justa, combatendo o apagamento histórico e promovendo a reparação às vítimas.

Missa na véspera em Nova Iguaçu

No dia 30 de março, às 18h, a Paróquia Sagrada Família, no bairro da Posse, em Nova Iguaçu, recebeu uma missa em memória das vítimas da Chacina da Baixada. A celebração, conduzida pelo padre Davinir e por dom Luciano Bergamin, bispo emérito da Diocese de Nova Iguaçu, marcou o início das atividades em homenagem às vítimas. O momento foi de reflexão e tributo, reafirmando o compromisso com a defesa da vida.

A presença da ComCausa em ambos os eventos simboliza a continuidade dos esforços para transformar a memória em ações concretas, reforçando a luta por justiça e direitos humanos na Baixada Fluminense.

Segurança pública: uma preocupação nacional

A relevância do tema é reforçada por dados recentes. Segundo pesquisa da AtlasIntel/Bloomberg, 57,8% dos brasileiros consideram a criminalidade o maior problema do país, superando questões como corrupção e economia. Na Baixada Fluminense, a violência segue como um desafio persistente, o que torna eventos como esse essenciais para discutir soluções e cobrar mudanças estruturais nas instituições responsáveis pela segurança.

Memória e transformação

Manter viva a lembrança da Chacina da Baixada vai além de um ato de recordação: é uma forma de prevenir novas tragédias, promover a reconciliação social e transformar as estruturas de poder que perpetuam a violência. Para quem deseja revisitar o contexto do episódio, a ComCausa disponibiliza em seu canal no YouTube uma cobertura da caminhada realizada em 2015, nos dez anos da chacina, com depoimentos e imagens que ajudam a compreender sua magnitude.

Mais detalhes sobre o evento na Câmara de Queimados, como horário e programação completa, serão divulgados em breve. A iniciativa reafirma o compromisso da região com a memória, a justiça e a construção de um futuro mais seguro e solidário.

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