O aumento nas tarifas de água no estado do Rio de Janeiro, autorizado pela Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Rio de Janeiro (Agenersa), trará reajustes diferenciados em 2025, afetando com maior impacto regiões menos favorecidas. Os moradores da Zona Sul da capital, atendidos pela concessionária Águas do Rio I, terão o menor aumento, de 9,83%, ainda assim mais que o dobro da inflação registrada pelo IPCA nos últimos 12 meses (4,87%).
Já os consumidores da Rio+Saneamento, que atende principalmente a Baixada Fluminense e Zona Oeste, enfrentarão o maior reajuste, de 14,28%. Outros ajustes incluem aumentos de 12,77% para a Águas do Rio IV, responsável pelo abastecimento na Zona Norte e em municípios da Baixada, e de 11,49% para a Iguá, que atende a Barra, Jacarepaguá e cidades do Centro-Sul Fluminense.
O reajuste foi motivado por um termo de conciliação assinado pelo governador Cláudio Castro, com o objetivo de corrigir falhas no edital de licitação de 2021, quando o serviço da Cedae foi concedido à iniciativa privada por 35 anos. A estatal manteve apenas a produção de água, enquanto a distribuição foi dividida entre quatro blocos administrados por empresas privadas. Apesar da justificativa de que o aumento evitaria reajustes ainda maiores no futuro, o cálculo inflacionário sobre 20 meses foi questionado, gerando insatisfação popular e ações judiciais.
O deputado estadual Jari Oliveira, presidente da Comissão de Saneamento Ambiental na Alerj, entrou com recurso no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro para reverter os aumentos. Ele argumenta que o cálculo deveria ser baseado em 12 meses, conforme estipulado no contrato de concessão, e critica a falta de transparência no processo. Jari destaca que o reajuste ocorre em meio a crises de abastecimento que deixaram bairros sem água por mais de 10 dias recentemente.
Em audiência pública na Alerj, Rafael Menezes, presidente da Agenersa, justificou o uso de 18 meses no cálculo como uma medida necessária para evitar aumentos ainda mais expressivos. Ele também ressaltou a criação do Índice de Tarifa Social (ITS), que beneficiará consumidores de baixa renda com tarifas reduzidas. No entanto, a população segue insatisfeita, especialmente em regiões que já enfrentam dificuldades socioeconômicas e serviços insuficientes.
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