O homem suspeito de assassinar a estudante Evellyn Cristina Alves Serrano, de 18 anos, foi preso nesta terça-feira (18) por agentes da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF). Hamilton Ranulfo da Silva Neto, conhecido como Júnior Sará, foi encontrado no Poupa Tempo do shopping Grande Rio, em São João de Meriti, após 10 dias foragido.
O crime ocorreu no Dia das Mulheres, quando Evelen foi encontrada morta na casa do ex-namorado, no bairro Vila Tiradentes, em São João de Meriti. De acordo com familiares, a jovem havia terminado recentemente o relacionamento com Junior. No dia do crime, ela estava em uma festa com amigas, quando o ex-companheiro apareceu no local e convenceu a vítima a ir para sua casa. Testemunhas relataram que houve uma briga intensa entre os dois antes do desaparecimento da jovem.
O corpo de Evellyn foi encontrado pela filha de Junior, coberto por um edredom e com um ventilador ligado. Inicialmente, a jovem pensou que a vítima estivesse dormindo, mas ao se aproximar percebeu que seu pescoço havia sido cortado. A Polícia Civil foi acionada e peritos realizaram os primeiros levantamentos no local. Junior Sará já foi indiciado por feminicídio e denunciado pelo Ministério Público, cabendo agora à Justiça dar andamento ao processo.
Evellyn era mãe de um menino de quatro anos e a mais velha de quatro irmãos. O crime reforça a urgência do combate à violência contra a mulher e da necessidade de ações eficazes para garantir segurança e justiça para as vítimas de feminicídio.
Aumento alarmante de feminicídios na Baixada Fluminense
A Baixada Fluminense tem enfrentado um aumento preocupante nos casos de feminicídio nos últimos anos. Em 2022, foram registrados 110 feminicídios no estado do Rio de Janeiro, dos quais aproximadamente 24% ocorreram na Baixada Fluminense, representando um aumento de 67% nas mortes de mulheres em comparação ao ano anterior.
Entre janeiro e outubro de 2024, a Baixada Fluminense registrou 20 casos de feminicídio, um aumento de 42,9% em relação ao mesmo período de 2023, quando houve 14 casos. As tentativas de feminicídio também cresceram 7%, totalizando 76 registros.
Historicamente, municípios como Duque de Caxias, Belford Roxo e Nova Iguaçu concentram a maioria dos casos de feminicídio na região. Fatores como o domínio de milícias em determinados territórios dificultam o registro e a investigação desses crimes, contribuindo para a subnotificação e a impunidade.
Esses dados ressaltam a necessidade urgente de políticas públicas eficazes e investimentos em campanhas preventivas e educativas para combater a violência de gênero na Baixada Fluminense. Além da punição dos agressores, é fundamental garantir acesso a serviços de acolhimento e proteção para mulheres em situação de violência.
Pensando nisso, a ComCausa assinou o Termo de Adesão ao Brasil Sem Misoginia, uma iniciativa que visa combater a misoginia em todas as suas formas, desde o preconceito até a violência contra as mulheres. O compromisso reforça a importância de enfrentar a cultura de ódio e discriminação que resulta em feminicídios e outras violações de direitos.
Além de aderir ao programa, a ComCausa segue promovendo ações de conscientização, debates e mobilizações na Baixada Fluminense para fortalecer redes de apoio às mulheres e cobrar políticas públicas mais eficazes no combate à violência de gênero. O objetivo é garantir que mais mulheres tenham acesso à proteção e que a sociedade avance na luta contra a misoginia e o feminicídio.
Mais notícias
01 – Família de Evelyn Cristina Serrano realiza ato por justiça em São João de Meriti
| Projeto Comunicando ComCausa
| Portal C3 | Instagram C3 Oficial
______________

Compartilhe: