As três maiores favelas em extensão territorial no Brasil estão localizadas no Distrito Federal, de acordo com dados recentes do Censo Demográfico 2022, divulgado pelo IBGE. Essas comunidades, caracterizadas pelo crescimento autônomo e pela carência de políticas públicas de habitação, são o Assentamento 26 de Setembro, a favela Sol Nascente e a comunidade Morro da Cruz, que juntas somam uma vasta área de moradia popular e representam grande parte da população de baixa renda do DF.
A maior delas é o Assentamento 26 de Setembro, com uma extensão de 10,5 km². Localizada na região de Vicente Pires, essa comunidade surgiu de ocupações irregulares e enfrenta problemas de infraestrutura, como ruas de terra e ausência de saneamento básico adequado. Em seguida, vem o Sol Nascente, uma área de 9,2 km² que abriga cerca de 70.908 pessoas, configurando-se como a segunda maior favela em área do Brasil e a segunda maior em população, atrás apenas da Rocinha, no Rio de Janeiro. Por último, o Morro da Cruz, em São Sebastião, ocupa uma área de 5,9 km² e reflete o mesmo cenário de exclusão social e luta por direitos básicos.
Além dessas três, o Distrito Federal conta com outras 59 favelas e comunidades urbanas, totalizando 62 áreas de ocupação informal com mais de 236 mil moradores. Em termos de população, as maiores favelas do Brasil incluem, além da Rocinha e Sol Nascente, Paraisópolis, em São Paulo, e Rio das Pedras, no Rio de Janeiro. Já em número de domicílios, o Sol Nascente ocupa a terceira posição no país, com cerca de 21.889 residências.
O levantamento do IBGE descreve essas comunidades como áreas que se desenvolveram principalmente pela própria organização dos moradores, como alternativa à falta de políticas de habitação adequadas, e são definidas por características como falta de regularização fundiária e infraestrutura deficiente. Esses dados reforçam a urgência de investimentos públicos que atendam ao direito à moradia e à urbanização sustentável, especialmente nas regiões metropolitanas.
Sol Nascente: conheça segunda maior favela do Brasil segundo o IBGE
Localizada em Brasília, a favela Sol Nascente é atualmente a segunda maior do Brasil em número de domicílios, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Superando a Rocinha, no Rio de Janeiro, em quantidade de habitações, Sol Nascente possui mais de 32 mil domicílios e abriga cerca de 100 mil habitantes. Em 2019, foi oficialmente reconhecida como uma região administrativa, após seu desmembramento de Ceilândia, consolidando seu status de maior comunidade urbana do país.
O crescimento acelerado da comunidade de Sol Nascente ocorreu de forma desordenada, acompanhando a expansão populacional do Distrito Federal nas últimas décadas. Esse desenvolvimento trouxe desafios de infraestrutura, como acesso limitado a serviços básicos, saneamento precário, pavimentação insuficiente e dificuldades na instalação de redes elétricas e de abastecimento de água. O governo local tem tentado solucionar esses problemas através de projetos de urbanização e regularização fundiária, mas os obstáculos persistem devido à grande demanda e à complexidade dos processos legais e administrativos.
Espírito Empreendedor e Potencial Econômico
Apesar das dificuldades estruturais, Sol Nascente é conhecida pelo forte espírito empreendedor de seus moradores, que se destacam em atividades comerciais, culturais e sociais. Pequenos comércios, oficinas de artesanato, salões de beleza e serviços variados fazem parte do cenário econômico local. Esse espírito empreendedor é um reflexo da resiliência da comunidade, que busca alternativas para superar as limitações impostas pela falta de oportunidades formais de emprego e infraestrutura. Iniciativas sociais e empresariais também vêm ganhando espaço, mostrando o potencial de crescimento e transformação social da região.
Urbanização e Perspectivas Futuras
Em resposta ao rápido crescimento e à necessidade de melhorias, projetos de urbanização foram iniciados pelo governo do Distrito Federal, incluindo pavimentação de ruas, ampliação da rede de saneamento básico e construção de escolas e unidades de saúde. O governo também trabalha na regularização de terrenos, permitindo que os moradores tenham maior segurança jurídica sobre suas residências, o que facilita o acesso a financiamentos e melhorias nas habitações.
Contudo, os desafios ainda são numerosos. A carência de transporte público adequado e a ausência de áreas de lazer e cultura são alguns dos pontos que precisam ser aprimorados. Com projetos de urbanização em andamento, há esperança de que a infraestrutura e a qualidade de vida em Sol Nascente melhorem nos próximos anos, trazendo mais dignidade e desenvolvimento para seus habitantes.
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