A Unidos de Padre Miguel promete emocionar e marcar sua estreia no Grupo Especial com o enredo “Egbé Iyá Nassô”, que celebra os 200 anos da Casa Branca do Engenho Velho, o primeiro terreiro de Candomblé do Brasil. O samba-enredo destaca a resistência do povo negro, a força feminina e a importância da religiosidade afro-brasileira, reforçando a conexão histórica da escola com a comunidade da Vila Vintém.
O enredo conta a trajetória de Iyá Nassô, uma princesa negra escravizada que, junto com suas irmãs, enfrentou a guarda imperial para libertar seus filhos da opressão. Ela foi uma das fundadoras do Candomblé no Brasil e sua história representa a luta pela fé, identidade e liberdade do povo afrodescendente.
A Casa Branca do Engenho Velho, em Salvador, é considerada o berço do Candomblé no país e segue sendo referência de resistência e tradição. O desfile da Unidos de Padre Miguel trará essa história à avenida, exaltando o poder feminino e a importância das mulheres nas religiões de matriz africana.
A Unidos de Padre Miguel e a Vila Vintém: uma conexão de ancestralidade
Além de celebrar a história de Iyá Nassô e da Casa Branca, a escola também reforça a relação com sua comunidade da Vila Vintém, considerada uma “pequena África” por sua forte identidade cultural e religiosa.
“A gente esperou tanto tempo por isso e viemos para mostrar que estamos num lugar que a gente deveria estar há muito tempo, no meio das gigantes”, afirmou um dos integrantes da escola, celebrando a chegada da Unidos de Padre Miguel ao Grupo Especial.
O desafio no Grupo Especial e a força da escola
A expectativa para o desfile é enorme, já que a Unidos de Padre Miguel estreia no Grupo Especial após anos de luta. A escola quer demonstrar sua força, garra e representatividade, levando à avenida um espetáculo de harmonia, cultura e ancestralidade.
“A direção de harmonia é responsável por todo desfile, a gente controla tempo, evolução, apresentação de casal, bateria no box, então… dizem que a bateria é o coração, a harmonia é o pulmão da escola”, afirmou Marcelo Marques, diretor de harmonia da escola.
Com um samba potente e um enredo emocionante, a Unidos de Padre Miguel busca não apenas brilhar no Carnaval 2025, mas também reforçar a importância da preservação da cultura afro-brasileira e da resistência dos povos de matriz africana.
Confira o Samba Enredo
Awurê Obá kaô! Awurê Obá kaô!
Vila Vintém é terra de macumbeiro!
No meu Egbé governado por mulher
Iyá Nassô é rainha do candomblé!
Eiêô! Kaô kabesilê Babá Obá!
Couraça de fogo no orô do velho ajapá
A raça do povo do Alafin, e arde em mim
Rubro ventre de Oyó
Na escuridão nunca andarei só
Vovó dizia: Sangue de preto é mais forte que a travessia!
Saudade que invade!
Foi maré em tempestade
Sopra a ancestralidade no mar (ê rainha)
Preceito é herança sem martírio
Airá guarda seus filhos no ilê da Barroquinha
É a semente que a fé germinou, Iyá Adetá
O fruto que o axé cultivou, Iyá Akalá
Iyá Nassô, ê Babá Assika
Iyá Nassô, ê Babá Assika
Vou voltar mainha, eu vou
Vou voltar mainha, chore não
Que lá na Bahia
Xangô fez revolução
Oxê, a defesa da alma na palma da mão
No clã de Obatossi
Há bravura de Oxóssi no meu panteão
É d’Oxum o acalanto que guarda o otá
Do velho engenho, xirê que mantenho no meu caminhar
Toca o adarrum que meu orixá responde
Olorum, guia o boi vermelho seja onde for
Gira saia aiabá, traz as águas de Oxalá
Justiça de Ogodô, tambor guerreiro firma o alujá
Leia também
| Projeto Comunicando ComCausa
| Portal C3 | Instagram C3 Oficial
______________

Compartilhe: