Com sessão marcada Nesta quinta-feira (30) a 8ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro decidirá se aceita ou não o pedido por um novo julgamento dos responsáveis pela morte de Patrícia Amieiro. A relatora da ação é a desembargadora Elizabeth Alves de Aguiar,
A engenheira Patrícia Amieiro morreu, aos 24 anos, no dia 14 de junho de 2008, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, quando voltava de uma festa na Zona Sul e teve o carro atingido por disparos de policiais. Segundo o Ministério Público, quatro PMs se envolveram com o crime.
O Fiat Palio da engenheira foi encontrado no Canal de Marapendi, que cruza a Autoestrada Lagoa-Barra. A princípio, o caso foi tratado como acidente, mas, como o corpo de Patrícia Amieiro não foi encontrado, a polícia começou a trabalhar com a hipótese de homicídio.
Após exames realizados, a perícia descobriu marcas de tiros no capô. Em 2012, foram encontradas roupas femininas no Sítio Vitória, no Itanhangá, cogitando-se que poderiam ser da engenheira, mas, com o exame de DNA, a hipótese foi descartada. Na ocasião, a família da engenheira pediu que as buscas continuassem.
O Ministério Público retificou a denúncia e disse que os policiais Marcos Paulo e William Luis teriam disparado contra o veículo da vítima, fazendo Patrícia perder a direção e colidir com dois postes e um muro. O órgão registrou que, por conta da má pontaria dos PMs, o crime não se consumou de fato. Após a batida, o corpo foi retirado do local, e os quatro teriam modificado o cenário, jogando o veículo da ribanceira.
Em dezembro de 2019, o PMs Marcos Paulo Nogueira Maranhão e William Luís Nascimento são condenados a três anos de prisão e 60 dias-multa por fraude processual no caso da morte da engenheira Patrícia Amieiro no Rio de Janeiro. Embora condenados, os policiais Marcos Paulo Nogueira Maranhão e William Luís Nascimento continuaram em liberdade com recurso judicial. Com relação a tentativa de homicídio, o júri votou pela absolvição de ambos. Também envolvidos no caso, os PMs Fábio Silveira Santana e Marcos Oliveira foram absolvidos.
Em setembro de 2020, por conta do surgimento de uma nova testemunha, o advogado da família da engenheira, Alexandre Dumans, recorreu e o caso foi reaberto. A justiça aceitou o recurso para um novo julgamento depois de acolher o depoimento da testemunha, em janeiro de 2021.
Pai de Patrícia morre sem saber paradeiro da filha
Um ano após a imprensa revelar a existência de uma nova uma testemunha que viu a engenheira Patrícia Amieiro ainda viva após a batida do carro, pedindo socorro. Celso Amieiro, pai da vítima morreu sem saber a localização do corpo da filha. Celso faleceu na madrugada do dia 23 de setembro de 2021.
Novo julgamento adiado
O novo julgamento dos PMs foi marcado para 05 de maio de 2022. Entretanto, foi adiado por decisão da desembargadora Elizabeth Alves de Aguiar, da 8ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. O pedido do adiamento foi feito pela defesa dos PMs. De acordo com o Alexandre Dumans, um problema dentário do advogado de defesa dos policiais foi o motivo do julgamento não ter sido realizado na data agendada.
Adryano Amieiro irmão da vítima disse “Nós estamos com muita confiança que vai ser feita Justiça. O caso tem que ir a júri popular, se não vai dar alvará para todo mundo sair matando”.