Escritores em todo o mundo denunciam o Genocídio em Gaza

Guerra Hamas e Israel

Desde o início da ofensiva militar de Israel na Faixa de Gaza, em outubro de 2023, um crescente número de vozes intelectuais, artísticas e jurídicas ao redor do mundo tem se manifestado publicamente contra o que classificam como genocídio do povo palestino. Escritores de língua inglesa, francesa e portuguesa, além de cineastas, músicos e especialistas em direito internacional, vêm assinando cartas abertas exigindo cessar-fogo imediato, envio irrestrito de ajuda humanitária e sanções contra Israel, caso as violações persistam.

No final de maio de 2025, quase 380 escritores britânicos e irlandeses, entre eles Ian McEwan, Zadie Smith e Irvine Welsh, assinaram um manifesto publicado no site Medium, destacando que “o uso dos termos ‘genocídio’ ou ‘atos de genocídio’ para descrever o que está acontecendo em Gaza não é mais questionado por especialistas jurídicos internacionais”. O texto exige o fim do silêncio e da inação global frente à destruição massiva de civis palestinos.

A manifestação se somou à iniciativa de cerca de 300 escritores francófonos, incluindo os Prêmios Nobel Annie Ernaux e Jean-Marie Gustave Le Clézio, que, em carta publicada no jornal Libération, também denunciaram o genocídio. No Brasil e outros países lusófonos, mais de 200 autores de língua portuguesa assinaram documento semelhante, pedindo ações urgentes em defesa da vida em Gaza.

No campo artístico, mais de 300 personalidades do cinema e do entretenimento, como Susan Sarandon, Javier Bardem, Dua Lipa, Tilda Swinton e Pedro Almodóvar, também se posicionaram. Na carta publicada durante o Festival de Cannes e em outras plataformas, essas figuras pedem o fim da cumplicidade internacional e destacam os assassinatos de jornalistas e artistas palestinos como parte de uma política sistemática de silenciamento e apagamento cultural.

O peso das manifestações se amplia com o posicionamento de mais de 800 juristas britânicos, entre eles ex-juízes da Suprema Corte, que alertam: “o genocídio está sendo perpetrado em Gaza ou, no mínimo, há um sério risco de genocídio”. O historiador israelense Omer Bartov, especialista em crimes contra a humanidade, também declarou que há provas claras de intenção genocida por parte das autoridades israelenses.

Desde outubro de 2023, o conflito já causou a morte de mais de 54 mil pessoas em Gaza, a maioria civis, incluindo milhares de crianças, segundo dados do Ministério da Saúde do território, validados pela ONU. O mundo assiste, em tempo real, a devastação sistemática de um povo, com bloqueios à ajuda humanitária, destruição de infraestrutura civil e uso desproporcional da força armada.

As vozes reunidas nestas cartas e manifestos fazem um chamado à humanidade: que se rompam as barreiras do silêncio e da complacência, que se nomeie o crime pelo nome que tem, genocídio, e que se atue em defesa da vida, da justiça e da paz.

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