O mês de junho marca mundialmente as lutas das trabalhadoras sexuais por reconhecimento, dignidade e direitos. Essa luta tem como marco histórico a ocupação da Igreja de Saint-Nizier, em Lyon, na França, em 2 de junho de 1975, quando cerca de cem mulheres em situação de prostituição ocuparam o templo para denunciar publicamente a violência policial, os assassinatos de colegas e a marginalização imposta pela sociedade.
Esse ato de resistência deu origem ao Dia Internacional das Trabalhadoras Sexuais, celebrado em diversos países. No Brasil, essa memória se atualiza com o Puta Day – Internacional da Cor de Puta, que acontecerá na sexta-feira, 6 de junho de 2025, um dos principais territórios da prostituição urbana da cidade. Com realização da Associação da Vila Mimosa e da Casa Nem, o evento promove um espaço onde arte e militância se entrelaçam. A programação conta com apresentações da DJ Vivi Castelo, da cantora Azula e do coletivo Formosa Drag Queenn, celebrando o corpo, a resistência e o brilho da diversidade.
Um dos pontos altos será a exposição “A Cor de Puta”, que homenageia as estéticas, histórias e subjetividades das trabalhadoras sexuais, enfrentando o apagamento histórico com arte, potência e sensibilidade.
Articulação nacional: mulheres em luta de todo o brasil
O evento reunirá representantes de diferentes territórios, com forte presença de organizações que protagonizam a luta das mulheres em situação de prostituição e da população LGBTQIAPN+. Entre as instituições confirmadas, destacam-se:
- Associação das Divas de Copacabana (RJ) – referência na defesa dos direitos de mulheres cis e trans em situação de prostituição na capital fluminense.
- Clã das Lobas (MG) – coletivo feminista mineiro que atua pela visibilidade das prostitutas e pela autonomia dos seus corpos e escolhas.
- GEMPAC – Grupo de Mulheres Prostitutas do Estado do Pará (PA) – organização pioneira e emblemática na região Norte na luta por dignidade, saúde e direitos das mulheres prostitutas.
- Grupo pela Vidda-RJ (RJ) – entidade histórica na defesa dos direitos de pessoas vivendo com HIV/Aids, com forte atuação em interseccionalidade com os direitos sexuais e reprodutivos.
- Associação das Mulheres Guerreiras (SP) – grupo combativo que atua em São Paulo pela valorização das mulheres periféricas, negras e prostitutas como sujeitos de transformação social.
Presença da ComCausa e alianças pela saúde e vida
A ComCausa Defesa da Vida participa do evento com o projeto ComuniSaúde, que integra o Plano Integrado de Saúde nas Favelas do Rio de Janeiro, coordenado pela Fiocruz e Fiotec. Essa aliança estratégica conta ainda com o apoio de instituições como: ALERJ – Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro; IFF, UENF, UFRJ, UERJ, PUCRJ, SBPC, Alerj e Abrasco.
Essa união reafirma que lutar pelos direitos das prostitutas é também lutar pelo acesso integral à saúde, pela cidadania e pela justiça social.
SERVIÇO
Puta Day – Internacional da Cor de Puta
Data: 6 de junho de 2025
Horário: A partir das 18h
Local: Rua Sotero de Reis, 51 – Vila Mimosa, Praça da Bandeira – Rio de Janeiro
Entrada gratuita
Atrações: DJ Vivi Castelo, cantora Azula, Formosa Drag Queenn
Exposição: “A Cor de Puta”
Realização: Associação da Vila Mimosa e Casa Nem
Imagem de capa ilustrativa.
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