Mais de duas décadas após o brutal assassinato do jovem Lucas Terra, o caso segue sem a devida resolução judicial, mantendo os condenados Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda em liberdade.
A família de Lucas Terra, liderada por sua mãe, Marion Terra, convoca a sociedade a acompanhar e exigir justiça por meio de manifestações nas redes sociais e marcação dos órgãos do judiciário brasileiro.
Caso Lucas Terra: Um crime brutal e uma luta incessante
Lucas Terra foi assassinado em 2001, na cidade de Salvador (BA), de forma cruel e premeditada. O adolescente foi violentamente atacado, violentado e queimado vivo. A investigação levou à condenação de três pastores da Igreja Universal do Reino de Deus: Silvio Galiza, Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda. No entanto, enquanto Silvio Galiza cumpriu 15 anos de prisão, os outros dois seguem livres devido a sucessivos recursos apresentados por suas defesas.
Em abril de 2024, a Juíza de Direito Andréia Sarmento, do 2º Juízo da Segunda Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Salvador, condenou os pastores Joel Miranda e Fernando Aparecido da Silva a 21 anos de prisão em regime fechado, classificando o crime como triplamente qualificado, considerando a motivação vil, os métodos cruéis e a indefensabilidade da vítima.
Porém, mesmo após essa condenação, os condenados seguem soltos. Suas defesas continuam recorrendo em diferentes instâncias, retardando a execução da pena e prolongando a dor da família.
Julgamento desta terça-feira e expectativas
Nesta terça-feira, 11 de fevereiro de 2025, a 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) julgará mais uma manobra da defesa dos acusados, em sessão marcada para as 14h. O caso, que choca o Brasil desde 2001, será transmitido ao vivo pelo canal do STJ no YouTube.
A sessão da 5ª Turma do STJ, que ocorrerá nesta terça-feira (11), será um momento decisivo para a continuidade do caso. A defesa dos condenados tenta mais uma vez reverter a decisão judicial, enquanto a família de Lucas Terra busca a rejeição dos recursos e a prisão imediata dos responsáveis pelo crime.
“O sangue do Lucas está nas mãos da justiça baiana”, denuncia Marion Terra, em um desabafo que reflete a indignação e a dor de quem perdeu um filho para a violência e se depara com a morosidade do sistema judiciário. A mãe do jovem reforça seu apelo para que o caso não seja esquecido e para que a sociedade pressione as autoridades competentes.
Nota sobre a morosidade judicial no caso Lucas Terra
O fundador da ComCausa, Adriano Dias, que acompanha vários casos similares, escreveu em nota. “A justiça, que deveria ser o escudo dos inocentes, muitas vezes se torna o algoz das vítimas ao postergar por tantos anos a finalização de casos tão claros como o de Lucas Terra. A impunidade não apenas fere a memória dos que se foram, mas também condena suas famílias a uma dor interminável. O sistema judiciário precisa ser ágil e eficiente para garantir que a justiça seja feita e que os responsáveis por crimes brutais não continuem a escapar das consequências de seus atos.”
Manifestação nas redes sociais e mobilização
A transmissão ao vivo do julgamento pelo canal do STJ permitirá que o público acompanhe e manifeste seu apoio. Marion Terra convoca a todos para assistirem, comentarem e compartilharem a transmissão, exigindo a devida aplicação da justiça.
A luta por justiça no caso Lucas Terra ultrapassa as barreiras de um processo judicial: é um clamor contra a impunidade e pela responsabilização de crimes brutais que não podem ser esquecidos.