Neste fim de semana, Itaperuna se vestiu de luto e esperança para homenagear João Pedro Donadio. Dezenas de pessoas se reuniram no centro da cidade em um ato público que ultrapassou as fronteiras do município, alcançando ampla repercussão em diversos canais de comunicação por todo o estado do Rio de Janeiro. A mobilização emocionou a todos que acompanharam, transformando a dor em luta, a perda em memória viva e a revolta em resistência.
Organizado para marcar os cinco anos da tragédia que vitimou João Pedro — um menino de apenas 11 anos, morto por uma descarga elétrica em fevereiro de 2020 enquanto visitava uma loja de roupas no centro da cidade — o ato também foi um gesto de solidariedade à sua mãe, Eliane Amancio de Melo, que recentemente sofreu mais um duro golpe: foi condenada a pagar R$ 386 mil por danos morais aos donos do estabelecimento onde ocorreu a tragédia.
A decisão judicial, considerada absurda e cruel por entidades de direitos humanos, reacendeu o debate sobre a revitimização de famílias já destroçadas pela dor. Desde o fatídico episódio, a família de João Pedro trava uma árdua batalha por justiça, buscando não apenas reparação, mas dignidade frente às agressões institucionais que têm sofrido.
Corrente humana de apoio à mãe de João Pedro
Durante o ato, Eliane Amancio de Melo foi envolvida em uma verdadeira corrente humana de afeto. Centenas de abraços, palavras de apoio e lágrimas compartilhadas marcaram a manifestação. Cada abraço foi mais do que um gesto de solidariedade: representou um compromisso coletivo de não deixar que a memória de João Pedro seja esquecida e de fortalecer a luta por justiça.
Familiares, amigos, lideranças comunitárias, representantes de organizações sociais e cidadãos comuns se somaram ao protesto. Cartazes por justiça, camisetas com o rosto de João Pedro e palavras de ordem tomaram as ruas, em uma demonstração de que a sociedade civil se recusa a aceitar a injustiça como destino.
Repercussão na mídia
A repercussão do ato foi imediata. Diversos veículos de imprensa e canais nas redes socias ecoaram as imagens e relatos da manifestação, ampliando a comoção e a solidariedade para além das fronteiras de Itaperuna. A história de João Pedro voltou a sensibilizar, escancarando as falhas do sistema de justiça e a necessidade urgente de revisão de práticas que perpetuam a revitimização.
ComCausa denuncia revitimização e anuncia novos atos
A organização social ComCausa foi uma das que apoiou a manifestação e criticou duramente a decisão judicial. Em declaração pública, Adriano Dias afirmou: “Não há dor maior do que perder um filho. E não há injustiça maior do que punir quem já sofreu essa perda. O que vimos hoje em Itaperuna é a força de um povo que não aceita a perversidade institucional. A memória de João Pedro é uma luz que nenhuma decisão judicial conseguirá apagar.”
Próximo passo: atividade reflexiva em junho
Sensibilizada pela força do movimento, a ComCausa, em conjunto com os familiares e apoiadores, já articula uma nova atividade para o início de junho, próxima à data de nascimento de João Pedro. O objetivo é realizar um grande ato reflexivo, com debates, homenagens e mobilizações públicas, para manter o caso vivo na memória coletiva e para pressionar o Poder Judiciário a refletir sobre seu papel frente a casos de injustiça.
Por memória, justiça e dignidade
A luta pela memória de João Pedro Donadio continua. Nenhuma decisão poderá silenciar a dor de uma mãe nem apagar a verdade. A mobilização em Itaperuna é mais uma demonstração de que a sociedade civil seguirá firme, unida e vigilante: por memória, por justiça e por dignidade.
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