No Dia Internacional da Mulher, o Senado homenageou mulheres que contribuíram em defesa dos direitos e das questões de gênero no Brasil. Todas as sete foram contempladas com o Diploma Bertha Lutz.
Dentre elas, estavam presentes: a Primeira-Dama, Janja e a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber.
Janja comentou sobre a importância da presença das mulheres nos espaços de poder: “Quero dizer que o meu compromisso com o aumento da representação das mulheres na política é permanente, faz parte do meu dia a dia. Acredito que precisamos cada vez mais institucionalizar nossa presença nos espaços de poder e garantir que existam e sejam cumpridas as regras de paridade. A questão da violência contra a mulher é inadmissível. É inacreditável o número que hoje temos no nosso Brasil. Precisamos dar um basta. Parem de matar nossas mulheres! Nenhuma de nós com medo, todas nós na política”.
Já a ministra Rosa Weber comentou a respeito de atos discriminatórios no Poder Judiciário: “Por isso, reafirmar o direito das mulheres à igualdade de tratamento e de acesso aos espaços decisórios públicos como forma de luta contra a discriminação de gênero não se trata de projeto realizado, mas sim de projeto em permanente construção. Em sociedade marcada pelo machismo estrutural, edificaram-se as estruturas procedimentais e de tomada de decisão de modo a não considerar a mulher como um ator político institucional relevante no projeto democrático constitucional”.
Também foram agraciadas com o Diploma Bertha Lutz:
Ilona Szabó de Carvalho – Cientista política e especialista em segurança pública e política de drogas.
Ilana Trombka – Diretora-geral do Senado.
Nilza Valéria Zacarias – Jornalista e coordenadora da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito.
In memoriam:
Clara Filipa Camarão – Foi uma indígena da etnia potiguara que liderou um grupo de mulheres contra as invasões holandesas no século XVII, em Pernambuco. Seu nome está inscrito no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria.
Glória Maria – Considerada um ícone do jornalismo brasileiro. Atuou na TV Globo desde a década de 1970 e se tornou reconhecida pelas reportagens especiais e cobertura de fatos históricos no Brasil e no Mundo.
Diploma Bertha Lutz
Criado no ano de 2001, o diploma é entregue a pessoas que tenham oferecido contribuição relevante à defesa dos direitos da mulher ou que tenham participado no enfrentamento das questões de gênero no Brasil em qualquer área de atuação, em defesa de uma sociedade mais plural e justa.
Bertha Lutz foi uma bióloga e advogada paulista. Uma das figuras mais significativas do feminismo e da educação no Brasil do século XX. Aprovada em concurso para pesquisadora e professora do Museu Nacional, em 1919, tornou-se a segunda brasileira a fazer parte do serviço público no Brasil.
Ao estudar na Europa, teve contato com o movimento feminista e ao retornar para o Brasil, fundou a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino (FBPF), uma das principais bandeiras levantadas por Bertha Lutz na época era garantir às mulheres o direito de votar e de serem votadas. Isso só ocorreu em 3 de maio de 1933, na eleição para a Assembleia Nacional Constituinte. Bertha faleceu no ano de 1976, no Rio de Janeiro.
Imagem: Antonio Cruz/Agência Brasil
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